09/11/2017 - 19:37
Novo presidente interino do PSDB, o ex-governador Alberto Goldman (SP) disse nesta quinta-feira, 9, que não vai permitir qualquer interferência no comando do partido, tanto por parte do governo Michel Temer como por parte do próprio senador Aécio Neves (PSDB-MG), que continua como presidente licenciado da sigla.
“Eu repudiaria interferências externas em elementos internos. Então qualquer influência externa na vida do partido será repudiada”, rebateu ao ser questionado sobre a possibilidade do Palácio do Planalto tentar interferir na disputa entre o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o governador de Goias, Marconi Perillo (PSDB-GO), pelo comando do partido.
Segundo Goldman, o mesmo valerá para possíveis interferências do próprio senador Aécio Neves, em prol de um dos candidatos. “Ele Aécio Neves me conhece. Se ele me colocou aqui, sabe que não haverá interferência dele no partido. Comigo aqui, não”, afirmou.
Apesar disso, Goldman negou ter ouvido de Aécio qualquer tipo de relato sobre pressões externas para que Tasso Jereissati deixasse o comando da sigla. “Ele quer que minha posição seja a de garantir a isonomia”, explicou. Para tentar conter os ânimos, diante da forma como a saída de Tasso Jereissati foi anunciada, o ex-governador de São Paulo contou que vai tentar reunir Perillo e Tasso para uma conversa nos próximos dias.
“Eu vou trabalhar para que haja um processo de convergência no PSDB, para que haja convergência entre os dois, Perillo e Jereissati. Qualquer conflito interno não ajuda. Importante seria o partido ter unidade. Isso faltou ao PSDB nos últimos tempos”, disse. “O PSDB desunido não vai ajudar o País. Primeira coisa é fazer as pessoas conversarem. 90% é conversando e 10% é na disputa, o que é democrático. Vou procurar o entendimento”, complementou.
Apesar do discurso pela convergência, Goldman criticou a postura do PSDB nos últimos debates relevantes para o País. “No que depender de mim, teremos posição sobre questões importantes para o País. O povo brasileiro está pensando nos seus problemas, é nisso que temos que pensar como partido”, defendeu antes de citar a reforma da Previdência como exemplo. “O PSDB tem que dizer o que pensa sobre a Previdência”.
Goldman evitou falar sobre um possível desembarque do PSDB da base do governo Michel Temer, algo amplamente defendido pelo seu antecessor, o senador Tasso Jereissati. “Em junho, o PSDB teve a decisão de continuar no governo. Até decisão contrária, que pode acontecer a qualquer momento, PSDB continua no governo. No quadro que estamos, o melhor é conduzir o partido a uma posição de convergência”, repetiu.
O novo presidente interino tucano reforçou ainda que seria bom encontrar um candidato com “papel de unificação”. A resposta foi elaborada após ser questionado sobre as chances de o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), querer disputar o pleito, já que é o nome mais forte do partido para as eleições presidenciais de 2018. “Se conseguirmos encontrar uma pessoa para o papel de unificação, é bom”, explicou.