O sistema de pagamentos instantâneos, o Pix, se consolidou com sucesso entre os brasileiros. Segundo o Banco Central (BC), em 5 de julho, o sistema registrou o recorde de 224,2 milhões de transações em um único dia.

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Mas a popularidade e conveniência do sistema também está facilitando a atuação de golpistas. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) alerta que uma das ações utilizadas pelos bandidos atualmente é o golpe do Pix errado, que usa o MED (Mecanismo Especial de Devolução) do Banco Central, criado para facilitar as devoluções no caso de fraudes e golpes.

Veja como se dá o golpe usando o Pix:

1) O bandido descobre o número do telefone celular da vítima (que muitas vezes é cadastrado como chave Pix) por meio de cadastros ou das redes sociais.

2) Com a chave Pix com número de celular, ele faz uma transferência para o número.

3) Em seguida, o golpista liga ou manda mensagem para a vítima dizendo que fez um Pix errado e pede o estorno. Em muitos casos, o golpista usa técnicas de convencimento para que a pessoa mande o dinheiro de volta

“Estava precisando receber um dinheiro para pagar o aluguel, mas o rapaz mandou no número errado. Você pode transferir aqui para mim”, relata um usuário do X (antigo Twitter), cuja mãe teve R$ 600 depositados na conta bancária.

É intuitivo pensar que a primeira forma de descobrir se o contato suspeito trata-se de um golpe é checar se o dinheiro realmente foi depositado na conta. Para isso, basta conferir o extrato bancário. Mas o que leva a pessoa cair no golpe é que o dinheiro está na conta.

4) A vítima se convence e decide fazer um Pix para a conta indicada como forma de devolver o dinheiro. Só que o golpista pede que a devolução seja feita por meio de outra chave, que cai em uma terceira conta.

5) Paralelo a isso, o bandido aciona o MED (Mecanismo Especial de Devolução). O mecanismo exclusivo do Pix foi criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes, aumentando as possibilidades de a vítima reaver os recursos. Os criminosos acionam o procedimento, alegando que foram enganados pela pessoa que, na verdade, é a vítima.

A transação alegada é analisada. No entanto, quando os bancos envolvidos nas transferências percebem que a vítima verdadeira recebeu o valor e logo em seguida transferiu para uma terceira conta, entendem essa triangulação como típica de um golpe.

Se tiver êxito, além de receber o dinheiro devolvido espontaneamente, o bandido também recebe o valor pelo MED e a vítima fica no prejuízo.

Como não cair neste golpe

A Febraban alerta que ao receber um pedido de estorno de Pix por qualquer motivo, o cliente sempre deve fazer a transação para a conta original que o Pix foi feito.

“Para isso, o cliente deve entrar em seu aplicativo bancário e dentro das funcionalidades do Pix, utilizar a opção de devolução da transação recebida, que automaticamente envia o valor para a conta de origem. Nunca, em hipótese alguma, faça um estorno para uma terceira conta. Se tiver qualquer dúvida, ligue para seu banco”, afirma José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.

Como devolver um Pix errado

– Entre na área Pix do banco

– Vá em Extratos, clique em “Devolver”

– Desta forma, o dinheiro será devolvido diretamente para quem originalmente mandou o Pix

– Sempre faça a operação de devolução dentro da ferramenta do aplicativo. Nunca faça o estorno para uma chave Pix nova.

A Federação também recomenda que os clientes tomem muito cuidado com a exposição de dados pessoais em redes sociais, com e-mails de supostas promoções que tenham cadastros e com mensagens recebidas em aplicativos de mensagens.

*Com informações de Agência Brasil