26/10/2005 - 8:00
Uma bandeira brasileira, fincada em território dominado por multinacionais, está terminando 2005 como uma das sensações do mercado de cartões de crédito. Inicialmente focada na gestão de cartões de benefícios (vale refeição, alimentação, etc.), a gaúcha Good Card consolidou-se como administradora independente de cartões. Para isso, costurou um modelo de negócios próprio a partir de experiências bem-sucedidas do setor. Um movimento concreto foi a aproximação com um banco, o BGN, para pegar carona na onda do crédito consignado. Em seguida veio a sua principal tacada ? a parceria fechada com o varejista português Sonae, controlador dos supermercados BIG e Mercadorama. De lá para cá, a chamada taxa de ativação (uso efetivo) dos cartões de crédito emitidos pela rede saltou de 17% para 40%. Com esta política de alianças, a Good Card montou uma base de 1,3 milhão de plásticos. E elevou seu faturamento de R$ 4 milhões em 2000 para
R$ 340 milhões neste ano, um crescimento de nada menos que 840% ? com planos de atingir R$ 1 bilhão ao final de 2007.
?Desenhamos o cartão de acordo com as necessidades do cliente?, explica Marco Antonio Bandeira, diretor da Good Card. Para evitar, por exemplo, que o cliente conquistado nas lojas do varejista parceiro use o cartão para fazer compras na concorrência, a administradora gaúcha cria redes limitadas para a utilização de seus produtos: uma só cadeia de supermercados, uma de farmácias e uma de postos de gasolina. ?A Good Card, naturalmente, não tem a capilaridade de uma Visa?, observa o consultor Alessandro Galvão, da BottomLine. ?Ela ganha mercado cobrando uma taxa de administração menor e oferecendo produtos mais flexíveis.