Por Raphael Satter

WASHINGTON (Reuters) – O Google bloqueou temporariamente um número não especificado de contas de e-mail do governo afegão, segundo uma pessoa a par do assunto, à medida que aumentam temores sobre os rastros digitais deixado por ex-funcionários e seus parceiros internacionais após a tomada do poder pelo Taliban.

Nas semanas decorridas desde que o Taliban tomou o controle do Afeganistão de um governo apoiado pelos Estados Unidos, relatórios destacaram como bancos de dados biométricos e de folha de pagamento afegão podem ser explorados pelos novos governantes para caçar seus inimigos.

Em comunicado nesta sexta-feira, o Google não foi claro se as contas do governo afegão estavam sendo bloqueadas, dizendo que está monitorando a situação e “tomando medidas temporárias para garantir as contas relevantes”.

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Um funcionário do ex-governo disse à Reuters que o Taliban está tentando obter e-mails de ex-funcionários. No fim do mês passado, o funcionário disse que o Taliban havia pedido para preservar os dados mantidos nos servidores do ministério para o qual ele trabalhava.

“Se eu fizer isso eles terão acesso aos dados e comunicações oficiais da liderança do ministério anterior”, disse ele, informando que não obedeceu e desde então se escondeu.

Registros de e-mail disponíveis publicamente mostram que cerca de duas dúzias de órgãos do governo afegão usaram os servidores do Google para lidar com e-mails oficiais, incluindo os ministérios das Finanças, Indústria e Ensino Superior. O escritório presidencial do Afeganistão também usou o Google, assim como alguns órgãos do governo local.

Pedir bancos de dados e e-mails do governo poderia fornecer informações sobre funcionários do antigo governo, ex-ministros, funcionários contratados do governo, aliados e parceiros estrangeiros.

“Isso daria uma grande riqueza de informações”, disse Chad Anderson, pesquisador de segurança da empresa de inteligência de internet DomainTools que ajudou a Reuters a identificar quais ministérios operam qual plataforma de e-mail.

Registros mostram que os serviços de e-mail da Microsoft também foram usados ​​por várias agências do governo afegão, incluindo o Ministério das Relações Exteriores e a Presidência. No entanto, não está claro quais medidas a empresa está tomando para evitar que os dados caiam nas mãos do Taliban.

A Microsoft não quis comentar.

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