Por Paresh Dave

OAKLAND (Reuters) – O Google, da Alphabet, disse nesta segunda-feira que demitiu recentemente um gerente sênior de engenharia após colegas, cuja pesquisa sobre software de inteligência artificial ele vinha tentando desvalidar, o acusarem de assédio.

O episódio surgiu após a revista científica Nature publicar em junho um documento liderado pelas cientistas do Google Azalia Mirhoseini e Anna Goldie, apontando que a IA poderia completar uma etapa fundamental no processo de design de chips, mais rápido e melhor do que um especialista humano.

Mas outros colegas do Google, em artigo anônimo postado em março mostraram que abordagens alternativas baseadas em software básico superam a inteligência artificial. Uma venceu em um teste conhecido e o outra em um título proprietário do Google.

O Google se recusou a comentar sobre o rascunho vazado, mas dois funcionários confirmaram sua autenticidade.

A empresa disse que se recusou a publicar o segundo artigo porque não atendia aos seus padrões e logo depois demitiu Satrajit Chatterjee, um dos principais impulsionadores do trabalho. O Google se recusou a explicar a causa da demissão.

“É uma pena que o Google tenha tomado esse rumo”, disse Laurie Burgess, advogada de Chatterjee. “Sempre foi seu objetivo ter transparência sobre a ciência, e ele pediu ao longo de dois anos que o Google resolvesse isso.”

A pesquisadora Anna Goldie disse ao New York Times que Chatterjee espalhou informações falsas sobre ela e Mirhoseini por anos. Burgess negou as alegações.

Estudos de grandes instituições como o Google em periódicos conhecidos podem ter enorme influência sobre financiamento de projetos do setor. Um pesquisador do Google disse que o artigo vazado abriu injustamente a porta para perguntas sobre a credibilidade de qualquer trabalho publicado pela empresa.

A Nature não fez comentários imediatos.

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