08/01/2020 - 18:25
O governador do Maranhão e uma das principais lideranças da oposição, Flavio Dino (PCdoB), disse neste sábado, 1º de agosto, que há o risco de uma geração ser perdida por causa da dificuldade da retomada das aulas durante a pandemia do novo coronavírus. Dino participou de um debate intitulado “Federalismo Cooperativo: o Fundeb e o SUS”, promovido pelo portal Conjur.
De acordo com o Dino, a pandemia da covid-19 está acentuando a desigualdade social no que diz respeito ao desenvolvimento educacional. Isso porque os adolescentes e as crianças de maior poder aquisitivo continuaram estudando por meio de aulas virtuais, ao passo que as de famílias de classe mais pobre, não.
“Estamos criando duas categorias de alunos: o online e digital e o offline e analógico. Isso já existia antes, mas vai ser acentuado”, disse Dino.
Uma corrente de educadores no Brasil defende o retorno presencial das aulas escolares só quando houver uma vacina para a covid-19. Se esta tese predominar, Dino disse que a volta se dará, na melhor das hipóteses, só no ano que vem.
“A gente sabe qual é a consequência disso: vai se traduzir em evasão escolar”, disse Dino.
O governador afirmou que o Maranhão está adquirindo 90 mil chips de celular com pacote de dados para fornecer aos estudantes do 3º ano do Ensino Médio, mas reconheceu que isso é insuficiente para atender a toda demanda do ensino público no Estado.
Para Dino, é preciso discutir o assunto urgentemente e em nível nacional, tendo em vista as implicações que isso traz para políticas públicas educacionais, como o Enem, Prouni e o Fies, e também afeta o calendário das universidades públicas e privadas do País.
O governador do Maranhão, contudo, criticou os problemas de gestão que marcam o Ministério da Educação (MEC) desde início do governo Bolsonaro.
“Como um país sobrevive 19 meses sem ter um ministro da Educação? É irreparável”, falou o político de forma irônica – desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, o MEC já teve quatro ministros, sendo o atual titular da pasta Milton Ribeiro, que é teólogo e advogado, com doutorado em Educação. Ribeiro também é pastor da Igreja Presbiteriana.