Os governadores dos Estados do Centro-Oeste apoiam a proposta de  suspensão do pagamento das dívidas da União por 12 meses e vão levar o  tema para discutir com o presidente em exercício, Michel Temer, de  acordo com o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), em conversa  com jornalistas nesta quarta-feira, 18, em Nova York, onde participa de  um evento organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e pela  Americas Society/Council of the Americas para investidores e analistas.

“Os  Estados perderam muito em termos de receita e isso criou um  descompasso”, afirmou o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que  também participa do mesmo evento. Ele ressaltou que, por conta da  situação da economia brasileira, o consumo parou de crescer e a  arrecadação estadual teve retração. Segundo ele, Goiás já pagou R$ 20  bilhões, mas ainda deve R$ 17 bilhões. Segundo ele, os Estados sofreram  com alta do dólar e dos juros, que aumentou os passivos. Em Goiás, foi  preciso fazer cortes de despesas.

Para Taques, se o governo  federal não sinalizar algo em termos de alívio para os Estados, será um  complicador a mais nesse momento em que o País precisa de investimentos  em infraestrutura e reduzir o desemprego. “A nova equipe econômica deve  estar atenta para isso”, disse ele, destacando que sem um alívio, os  governos estaduais não terão condições de investir em infraestrutura.

No  caso de Mato Grosso, a situação não está tão complicada como outras  regiões, disse o governador, mas um alívio é necessário para liberar  capacidade de investimento da região. Segundo ele, Mato Grosso tem o  maior rebanho bovino no Brasil e que o Produto Interno Bruto (PIB) do  Estado cresceu dez vezes em dez anos.

Os governadores do  Centro-Oeste já fizeram algumas reuniões sobre a proposta de suspensão  da dívida com a União e devem ter novo encontro dia 3 de junho em  TocaNtins. Perillo deve levar a proposta ao ministro da Fazenda,  Henrique Meirelles, e em seguida a Temer.

A data ainda não  está definida, segundo Taques. A proposta de suspensão por 12 meses foi  apresentada na terça-feira no Rio de Janeiro e teve a adesão de Santa  Catarina e do Rio.