23/10/2024 - 13:25
WASHINGTON (Reuters) – O governo brasileiro lançou nesta quarta-feira, em Washington, uma plataforma para alavancar investimentos estrangeiros em projetos verdes, informou o Ministério da Fazenda, citando o plano como chave para um avanço na busca pelo atingimento de metas climáticas.
No novo sistema, antecipado pela Reuters, o país vai selecionar iniciativas já estruturadas em áreas estratégicas de transformação ecológica e atuará ativamente na busca por investidores internacionais e mecanismos de financiamento.
No lançamento da plataforma, o governo apresentou sete projetos-piloto, mirando angariar 10,8 bilhões de dólares em investimentos.
Até a véspera, a iniciativa contava com seis projetos que somavam 8 bilhões de dólares, mas horas antes do evento foi incluído na plataforma um projeto da mineradora Vale para induzir investimentos de aproximadamente 2,5 bilhões de dólares para produção de hidrogênio verde e ferro briquetado a quente visando a descarbonização da indústria siderúrgica.
Entre os empreendimentos, estão planos para produção de hidrogênio verde, biocombustíveis, fertilizantes sustentáveis e minerais estratégicos, além de restauração de florestas.
“A plataforma é a realização de um ano e meio de iniciativas do Ministério da Fazenda que permitiram um novo horizonte para a agenda climática do Brasil”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em nota apresentada pela pasta.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atuará como o secretariado da plataforma, gerindo o dia a dia das operações com a seleção de projetos e intermediação com investidores, financiadores e doadores.
Inicialmente, a plataforma buscará acelerar iniciativas nas áreas de energia, indústria e mobilidade e soluções baseadas em natureza e bioeconomia, mas a definição de setores será flexível e se moldará às necessidades do país, com foco em setores estratégicos e ainda não maduros.
De acordo com o ministério, a mobilização de capital internacional é essencial para que o Brasil alcance suas metas de desenvolvimento e clima, que incluem o objetivo de reduzir suas emissões em 53% até 2030.
(Por Bernardo Caram, em Brasília, e Marcela Ayres, em Washington)