O governo do Estado de São Paulo vai remover a Favela do Moinho, localizada na região entre Campos Elísios e Bom Retiro. A comunidade é a última favela do centro da capital paulista.

No lugar será construído um parque público e uma estação de trem, aproveitando as linhas 7 (Rubi) e 8 (Diamante), que passam pelo local. Já os moradores serão encaminhados para prédios a serem construídos na mesma região ou passarão a receber auxílio-aluguel.

A promessa foi feita hoje pelo Secretário de Estado de Projetos Estratégicos, Guilherme Afif Domingos, a uma plateia de empresários da construção. “Vai acabar com a favela do Moinho, sim. É spoiler”, declarou, ao participar de um seminário organizado pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) sobre revitalização de empreendimentos na região central.

“A Favela do Moinho não pode continuar, não tem condições sanitárias nem condições de segurança, porque ela está entre trilhos de trem, com uma entrada só”, argumentou.

O secretário disse que os únicos interessados em manter a favela são os membros do crime organizado. Afif apontou que traficantes tomaram conta do local, inclusive, comprando imóveis e regulando quem pode usufruir das propriedades.

O secretário acrescentou que o governo estadual está conversando com o Ministério Público uma série de desapropriações na região sem a contrapartida de pagamento ao antigo dono quando for evidenciado que o imóvel servia ao crime organizado. “O Estado deposita o valor na Justiça, que decide quem vai receber”, disse.

O projeto do governo Tarcísio de Freitas prevê ainda a construção de moradias em um raio não muito distante da região para abrigar a população que será removida. Ele citou que os números oscilam entre em torno de 1600 a 1800 famílias no local. “Temos a oferta imobiliária suficiente e programada para isto”.

Outra opção para os atuais moradores será receber um aluguel social que será concedido por meio de um parceria entre o governo estadual e a prefeitura, segundo o secretário. Na apresentação aos empresários, não foi citado valor. “O aluguel social está sendo administrado de uma forma mais inteligente, juntado estado e município, dobrando o valor e dando condições de reacomodar essas 1600 a 1800 famílias”.

As medidas começarão a ser adotadas neste ano, avisou Afif, e estão inseridas no contexto do projeto de criação de uma nova sede administrativa do governo estadual no bairro de Campos Elísios. Promessa de campanha de Tarcísio de Freitas, a iniciativa prevê investimentos de mais de R$ 4 bilhões por meio de uma parceria público privada que construirá edifícios onde ficarão 28 secretarias e 36 órgãos estaduais, além de áreas verdes, subsolos, áreas para lojas e espaços comuns.