Após pressão de categorias, o governo federal resolveu ceder e  desistiu de incluir algumas despesas de pessoal, como terceirizados,  dentro do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Pouco antes de  embarcar para São Paulo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,  afirmou que, nas carreiras do Judiciário, do Tribunal de Contas, do  Ministério Público e na defensoria pública, as despesas com auxílio  moradia e algumas gratificações serão excluídas do limite estadual para  as despesas de pessoal para efeitos da LRF. “Em contrapartida, foi  acordado que essas despesas de pessoal, incluindo terceirizados, passam a  estar sujeitas a um teto de evolução nos próximos anos”, destacou.

O  ministro, que evitou afirmar que há uma “confusão” com os líderes  partidários, que apoiavam essa mudança, ressaltou ainda que essas  despesas irão fazer parte do limite dos gastos com pessoal nas outras  carreiras.

O ministro estava reunido com o deputado  relator do projeto que trata da dívida dos Estados, Esperidião Amin  (PP-SC), e com o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE). Ele  deixou nesta tarde o edifício sede da Fazenda para embarcar para São  Paulo. Meirelles disse que a reunião com os parlamentares ainda estava  em andamento.

Durante a reunião do presidente em  exercício, Michel Temer, com líderes, pela manhã, alguns membros da base  aliada do peemedebista demonstraram preocupação com a resistência do  Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e das  Assembleias Legislativas em relação ao projeto. Eles também teriam  mencionado mais uma vez a contrariedade de parte da base sobre a questão  que aborda a situação dos terceirizados, para que eles não entrem na  questão do limite de despesa do pessoal estabelecido no texto.

Mais  cedo, Moura afirmou que, outro ponto levantado pelos líderes diz  respeito aos policiais militares. De acordo com o texto original do  projeto da dívida dos Estados, ficaria proibida a contratação de  policiais militares por dez anos. Os deputados teriam alegado que,  durante esse período, boa parte da tropa vai se aposentar e será  necessário recompor a equipe para não haver problemas em termos de  segurança. O líder do governo afirmou que Temer entendeu o argumento e  considerou a preocupação dos líderes “justa”, pois a decisão poderia  diminuir a tropa. A mudança seria “pontual”.