O governo dos Estados Unidos está pressionando a chinesa Beijing Kunlun Tech a vender o Grindr, o famoso app de relacionamento do público gay, com base em leis de segurança nacional, disseram pessoas próximas a companhia à CNBC. Segundo os relatos, o Comitê de Investimentos Estrangeiros dos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês) considera o controle da companhia asiática um risco.

As autoridades norte-americanas estão intensificando a fiscalização em aplicativos que concentram dados e informações confidenciais como forma de evitar ações de espionagem, principalmente os controlados por empresas estrangeiras. O Grindr tem 27 milhões de usuários ativos, segundo números de 2017, e afirma ser maior aplicativo de encontros para homossexuais, bissexuais, transgêneros e gays.

De acordo com a reportagem, a Beijing Kunlun Tech planejava abrir o capital do app na bolsa de valores, mas recuou com a pressão do governo dos EUA. A companhia chinesa adquiriu uma participação majoritária no Grindr em 2016 por US$ 93 milhões e comprou o restante da empresa no ano passado.

Agora, de acordo com CNBC, a empresa contratou o banco de investimento Cowen para administrar o processo de venda e está solicitando a aquisição de participações de empresas de investimento norte-americanas, bem como dos concorrentes da Grindr.

Esta não seria a primeira vez que a CFIUS interfere em negócios de empresas norte-americanas com investidores chineses. Há dois anos, as autoridades bloquearam a venda da companhia de transações financeiras, MoneyGram International, e da empresa de marketing AppLovin por interessados da China.