27/05/2025 - 18:59
O senador americano David McCormick afirmou nesta terça-feira que o acordo que permitirá à japonesa Nippon Steel investir na U.S. Steel garantirá um CEO e a maioria dos membros do conselho provenientes dos Estados Unidos, além da necessidade de aprovação do governo americano sobre certas funções corporativas.
O senador da Pensilvânia falou à CNBC quatro dias após o presidente Donald Trump sugerir estar próximo de um acordo de “parceria” para resolver a oferta de quase US$ 15 bilhões da Nippon Steel pela icônica siderúrgica americana, bloqueada por questões de segurança nacional.
Trump disse a repórteres, no domingo, que a U.S. Steel será “controlada pelos Estados Unidos” e que, caso contrário, não teria feito o acordo. “É um investimento e uma propriedade parcial, mas a U.S. Steel será controlada pelos EUA”, acrescentou.
McCormick descreveu o veto do governo americano como uma “golden share” e sugeriu que a ideia partiu da própria proposta da Nippon Steel.
A Nippon Steel ainda não se manifestou sobre aceitar o parâmetro descrito por Trump e McCormick como alternativa a sua oferta de compra da empresa.
Enquanto buscava a aprovação de autoridades americanas para rever o veto à aquisição, a Nippon Steel aumentou gradualmente o valor que pretende investir na U.S. Steel além do preço da compra. Esse valor agora soma US$ 14 bilhões, segundo Trump, McCormick e a senadora estadual da Pensilvânia Kim Ward, que avaliou o negócio em US$ 28 bilhões.
O investimento de US$ 14 bilhões inclui a construção de um novo forno elétrico a arco – equipamento usado para produzir aço de alta qualidade a partir de sucata – em algum lugar dos EUA, segundo o gabinete da senadora.
Além disso, a Nippon Steel direcionaria US$ 2,4 bilhões para instalações da U.S. Steel na região de Pittsburgh, incluindo a siderúrgica Edgar Thomson Works, construída no século XIX, além da construção de um novo centro de pesquisa e desenvolvimento na Universidade Carnegie Mellon, disseram autoridades americanas.
Segundo McCormick, a Nippon Steel assinará um “acordo de segurança nacional” com o governo americano, o que implicaria um CEO americano, um conselho com maioria americana e uma “golden share” que permitiria aos EUA garantir que os níveis de produção da companhia não sejam reduzidos.
O senador também disse que a Nippon Steel terá membros no conselho e que fará parte da estrutura corporativa geral da empresa americana. “Acho que eles sabem onde estão se metendo,” afirmou.