O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 26, que o governo está tentando “virar a página” em relação ao déficit primário estrutural das contas públicas, apontando que o desafio do equilíbrio orçamentário é responsabilidade de todos.

+Haddad tem responsabilidade imensa, visão estratégica, diz Mercadante

Falando no evento Nova Indústria Brasil, no Rio de Janeiro, Haddad afirmou que as contas do país são compostas por muitas despesas contratadas pelo Congresso sem fonte de financiamento, com o governo sendo obrigado a executá-las.

“Temos que compreender que temos que honrar os compromissos assumidos pelo Congresso, muitos deles compromissos constitucionais. Nós estamos fazendo isso da melhor maneira possível, tentando virar a página de um déficit primário estrutural”, afirmou o ministro.

Ele indicou que o Executivo tem conseguido avançar, com apoio de parte do Congresso, no sentido de “estabilizar o Orçamento” e criar “as condições macroeconômicas para a indústria voltar a se desenvolver”.

O governo tem como meta para este ano entregar um déficit primário zero, mesmo compromisso do ano anterior.

Na semana passada, a equipe econômica anunciou uma contenção de 31,3 bilhões dos gastos de ministérios e aumentos das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com arrecadação projetada em R$20,5 bilhões, como medidas para garantir o cumprimento da meta e das regras do arcabouço fiscal.

Após repercussão negativa do plano sobre o IOF, o governo recuou de alguns elementos da proposta horas depois do anúncio.

No evento desta segunda, ao falar sobre a indústria, Haddad afirmou que o “maior legado” do governo na área é a reforma tributária, cujos efeitos sobre o ambiente de negócios do país, segundo ele, serão “extraordinários”.

O ministro defendeu que outra marca do Executivo para o setor tem sido a retomada dos investimentos em infraestrutura a partir de concessões e parcerias público-privadas, o que fornece competitividade para os produtores.

“Isso está sendo realizado em dois anos de trabalho, em que essas condições já se alteraram substancialmente. E vão melhorar”, disse.