BRASÍLIA (Reuters) – O governo federal deve anunciar na semana que vem a nova versão do programa Mais Médicos, incluindo dessa vez não apenas atenção básica, mas também especialistas, e incentivos para a participação de médicos recém-formados, disse nesta terça-feira o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O relançamento do programa, criado no governo de Dilma Rousseff, era uma das propostas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ressaltava a necessidade de ampliar o atendimento de médicos especialistas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O programa será ampliado, incluindo a formação de especialidades na atenção básica. Vamos elevar a oferta de serviços não apenas quantitativa, mas qualitativa, voltando ao patamar que tínhamos de garantia de todas as localidades e distritos mais distantes terem a possibilidade de terem médicos”, disse o ministro.

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Segundo Rui Costa, o governo ainda não decidiu se trará médicos estrangeiros, como foi feito na primeira versão do programa. O que já está decidido, segundo o ministro, é a retomada do Revalida, programa de revalidação de diplomas de medicina, para que brasileiros formados no exterior possam atuar no programa.

O programa também terá, de acordo com o ministro, incentivos para médicos recém-formados fazerem a complementação da sua qualificação e atuarem no programa ao mesmo tempo.

A versão inicial do programa, lançado em 2013, previa a contratação de médicos brasileiros em primeiro lugar, brasileiros formados no exterior e depois estrangeiros que quisessem atuar no Brasil.

Sem conseguir preencher todas as vagas, o governo terminou por fazer também um contrato com o governo de Cuba para que médicos do país viessem trabalhar nas cidades mais distantes. O contrato causou reclamações de associações médicas brasileiras e de parlamentares da oposição.

No final de 2018, ainda no governo de Michel Temer, o governo cubano decidiu rescindir o contrato citando “declarações ameaçadoras” do então presidente eleito Jair Bolsonaro. Já durante seu governo, a intenção era reformular o Mais Médicos, mas com a pandemia de Covid-19 o governo acabou por mantê-lo, mas o atendimento, restrito a médicos brasileiros, ficou menor.

(Por Lisandra Paraguassu)

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