O conselho de administração da Petrobras reprovou nesta sexta-feira, 14, um terceiro indicado do governo à futura formação do colegiado, apurou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). O reprovado da vez é o advogado Renato Campos Galuppo, informaram três fontes com conhecimento do assunto.

Com um leque cada vez menor de indicados avalizados pela estatal, o governo tende a chegar à assembleia de acionistas do dia 27 com opções restritas e pressionado a indicar nomes considerados “estepes” das indicações desejadas inicialmente. A outra opção ao governo Lula será ignorar a governança da Petrobras a exemplo do que fez o governo Jair Bolsonaro (PL) em meados de 2022.

Comitê da Petrobras dá aval para mais 2 indicados ao Conselho de Administração

Já a indicação ao CA da estatal do atual secretário do Ministério de Minas e Energia (MME), Efraim Cruz, não foi analisada na reunião de ontem.

Rejeitado, Galuppo se junta a outros dois reprovados pelo Comitê de Pessoas e pelo conselho de administração: o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, e o físico Sergio Rezende, considerado líder partidário do PSB. Ambas as indicações são proibidas pela Lei das Estatais por caracterizar conflito de interesses.

Se a indicação de Efraim Cruz também for reprovada pelo conselho, o que é provável, a lista de rejeitados pela governança da Petrobras vai chegar a quatro da lista de oito indicados pela União prioritariamente e três em caráter de reserva – 11 no total. O cenário aumenta a pressão sobre o governo e, especialmente, sobre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), de quem veio a maior parte das indicações rejeitadas (exceto Sergio Rezende).

Como a decisão da assembleia do dia 27, que vai eleger o novo conselho, é soberana aos pareceres da área técnica da Petrobras, do Cope, e à decisão do CA, o governo tem espaço para passar por cima dessas rejeições. E, mesmo que opte por não insistir nos nomes rejeitados, ainda tem sete potenciais aprovados para ocupar as seis vagas que cabem à União.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.