A principal bolsa da China, a de Xangai, entrou em “território baixista nesta” sexta-feira, após uma forte onda de liquidação no final do pregão que derrubou outros grandes mercados na Ásia. Preocupações com sinais de fraqueza no crédito contribuíram para as novas perdas das ações chinesas.

O índice Xangai Composto sofreu um tombo de 3,6% hoje, a 2.900,97 pontos, terminando o dia no menor nível desde 26 de agosto do ano passado, quando estava em 2.927,29 pontos. Por ter acumulado perdas superiores a 20% (mais precisamente, 20,6%) desde a máxima que atingiu em 22 de dezembro, o mercado em Xangai entrou no chamado “território baixista”.

Em Shenzhen, que tem uma bolsa de menor abrangência, o índice local caiu 3,4% nesta sexta, a 1.796,13 pontos.

Em outras partes da região asiática, o Hang Seng recuou 1,50% em Hong Kong, a 19.520,77 pontos, enquanto o índice sul-coreano Kospi cedeu 1,11%, a 1.878,87 pontos.

Operadores e analistas relatam que as perdas na China se aceleraram nos negócios da tarde, após o jornal chinês International Finance News publicar que um número não especificado de bancos em Xangai deixaram de aceitar ações de empresas como garantia de empréstimos.

A perspectiva de liquidez menor reforçou o mau humor dos investidores, que já temiam pela perspectiva das bolsas chinesas em meio à falta de confiança na capacidade dos reguladores em Pequim de superar o grave período de turbulência que afeta os mercados da segunda maior economia do mundo desde o início do ano.

A notícia coincidiu também com a divulgação, pelo BC chinês (PBoC), de novos dados que mostraram forte recuo na concessão de crédito. Em dezembro, o setor bancário chinês liberou 597,8 bilhões de yuans (US$ 90,7 bilhões) em novos empréstimos, bem menos que os 708,9 bilhões de yuans concedidos em novembro, segundo números do Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês). O número do mês passado veio consideravelmente abaixo da previsão dos analistas, que era de 700 bilhões de yuans.

A base monetária da China (M2), por sua vez, cresceu em ritmo anual mais fraco em dezembro, de 13,3%, após avançar 13,7% em novembro. Neste caso, a previsão era de ganho maior, de 13,5%.

Preocupações com a tendência de fraqueza do petróleo, que voltou a operar em forte baixa durante a madrugada e nesta manhã, após registrarem ganhos robustos ontem, também prejudicaram os negócios na Ásia e no Pacífico. Em Hong Kong, as ações de energia caíram 3,3% hoje, enquanto na Austrália, o setor acabou reduzindo ganhos.

A Bolsa de Sydney, a principal da Oceania, caiu 0,3%, com o S&P/ASX 200 a 4.892,80 pontos. A sessão no mercado australiano também foi influenciada pela turbulência na China, que é o maior parceiro comercial do país.

Mercados asiáticos de menor peso, por outro lado, conseguiram encerrar o dia com modestos ganhos. Foi o caso da Bolsa de Taiwan, onde o índice Taiex subiu 0,25%, a 7.762,01 pontos, e do mercado filipino, que registrou alta de 0,64% no índice PSEi, a 6.449,50 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires.