O governo de centro-direita da Grécia disse neste sábado, 15, ter recebido com satisfação a elevação da sua classificação de risco de crédito pela Moody’s para o “grau de investimento”. É a última das grandes agências a suspender o status de “junk” dos títulos do governo grego, iniciado há 15 anos durante uma grave crise da dívida.

“Essa elevação marca o fechamento de um grande ciclo para a economia grega e certifica o retorno do país à normalidade europeia”, disse o ministro das Finanças, Kostis Hatzidakis, descrevendo a ação como “um sucesso não apenas do governo, mas de todos os gregos”.

A Moody’s anunciou o upgrade de Ba1 (último patamar do grau especulativo) para Baa3 nesta sexta-feira, 14. A agência citou as finanças públicas que “melhoraram mais rapidamente do que se esperava” como um fator-chave em sua decisão.

A agência destacou a postura política do governo, as melhorias institucionais e o ambiente político estável, afirmando esperar que a Grécia “continue a ter superávits primários substanciais, o que diminuirá de forma constante seu elevado ônus da dívida”.

Embora as agências de classificação de risco tenham começado a devolver à Grécia o grau de investimento no final de 2023, a boa notícia foi recebida com alívio por um governo que vem sendo prejudicado há semanas por greves e protestos pela forma como lidou com um desastre ferroviário mortal que completou dois anos no final de fevereiro.

Hatzidakis fez as observações horas antes de entregar a pasta ao colega de gabinete Kyriakos Pierrakakis em uma cerimônia neste sábado, um dia depois de o governo ter anunciado uma reformulação.

“O upgrade da Grécia pela Moody’s para Baa3 marca o passo final na restauração do nosso grau de investimento por todas as principais agências de classificação, destacando o progresso significativo da Grécia”, disse o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis em um post online no sábado.

“Continuamos totalmente comprometidos com as reformas que atraem investimentos, criam empregos e impulsionam o crescimento sustentável”, disse ele.

A Grécia entrou em uma espiral de crise em 2010 e recebeu três resgates internacionais para evitar a falência e reparar suas finanças públicas por meio de programas de austeridade sucessivos e exaustivos impostos pelos credores da União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional.

A dívida nacional como porcentagem do produto interno bruto atingiu o pico em 2020, subindo acima de 200%, mas vem caindo constantemente desde então e deve ficar abaixo de 150% este ano, de acordo com as projeções do banco central grego.

A Moody’s elogiou os esforços contínuos de redução da dívida do governo.

“Ao longo de vários anos, as finanças públicas gregas superaram nossas expectativas básicas, o que aumenta nossa confiança de que a dívida grega permanecerá em uma trajetória firme de queda”, afirmou.

“Essas melhorias se devem tanto à contínua contenção de despesas quanto às receitas fiscais que estão aumentando rapidamente, à luz das melhorias institucionais em andamento, no cumprimento e cobrança de impostos.”