Jornalistas gregos anunciaram paralisação para protestar contra baixos salários e alto custo de vida. Rádios e televisões não apresentaram notícias e diversos portais ficaram sem atualizações.O Sindicato de Jornalistas dos Jornais Diários de Atenas (ESIEA), maior entidade de classe do setor na Grécia, anunciou nesta terça-feira, 16, uma greve em todos os setores da mídia do país por 24 horas.

A ação ocorre na véspera de uma greve geral anunciada pela Confederação Geral dos Trabalhadores da Grécia (GSEE), que na quarta-feira deve paralisar o transporte público em todo o país, incluindo ônibus, metrô, balsas e até táxis.

Nesta terça-feira, rádios e canais de TV gregos não divulgaram notícias e diversos portais de notícias da internet não atualizaram seus sites. Outros portais se limitaram a publicar reportagens previamente elaboradas.

A “greve de notícias” teve início às 5h da manhã desta terça-feira e deve durar até 5h da manhã de quarta-feira.

Como consequência, jornais impressos também não devem ser publicados na quarta.

Demandas e queixas

O sindicato ESIEA disse que a paralisação é um protesto contra “condições de trabalho anárquicas e salários muito baixos”.

A entidade ainda apontou que a recusa dos empregadores do setor privado em fechar acordos coletivos de trabalho “fez com que os trabalhadores recebessem salários baixos”. Os salários, segundo o sindicato, “não são suficientes para cobrir suas necessidades básicas familiares e pessoais”.

O sindicato também disse que os baixos salários pressionam negativamente o jornalismo e os jornalistas e, em última análise, a qualidade das informações que, segundo o ESIEA, são “a pedra angular do funcionamento democrático”.

O aumento da inflação também tem exacerbado o problema. O jornal semanal To Vima, de Atenas, calcula que os preços subiram cerca de 37% na Grécia nos últimos dois anos.

A inflação na Grécia chegou a 3,2% em março. “Não são apenas os trabalhadores de mídia, mas toda a sociedade grega enfrenta uma série de aumentos explosivos consecutivos, que criaram uma situação sufocante para as famílias que veem sua renda e recursos praticamente aniquilados”, disse a ESIEA.