22/06/2022 - 2:23
O coronavírus faz com que outros agentes patogênicos apareçam em épocas que não são habituais e em combinações incomuns com outros vírus.
Citado pelo ‘The Washington Post’, Thomas Murray, especialista em controle de infecções no hospital pediátrico New Haven, em Yale, nos Estados Unidos, destaca que “isso não é típico seja para que época do ano for, e certamente não é típico para maio e junho”.
Os médicos do hospital pediátrico de Yale, nos Estados Unidos da América, verificaram que várias crianças deram entrada com infecções por dois ou até mesmo por três vírus.
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Segundo o jornal norte-americano, depois de mais de dois anos de pandemia, estão observando comportamentos estranhos de vírus que há muitos já são conhecidos da comunidade científica e da população. Vírus que costumavam surgir apenas nas estações frias estão agora a infectar “fora de época”, e alguns estão levando à internação de algumas pessoas.
A gripe, que em 2020 teve uma taxa de infecção residual comparando com anos anteriores, esteve em circulação entre dezembro e janeiro, tendo depois desaparecido na mesma época em que a variante Ômicron também saía de cena. Mas a gripe está de volta e, em alguns casos, gera sintomas mais fortes do que noutros anos.
A emergência de vírus fora das épocas habituais está obrigando os laboratórios e os hospitais a adaptarem os seus serviços a condições que não eram esperadas. Os especialistas estão procurando perceber o que está fazendo mudar o comportamento desses vírus familiares, especialmente qual a influência da Covid-19 nessas transformações.
O epidemiologista Michael Mina, citado pelo ‘The Washington Post’, aponta que essas mudanças no aparecimento e atividade dos vírus podem ser explicadas pela recente falta de exposição que as populações tiveram a esses agentes patogênicos, devido aos confinamentos e a medidas como o distanciamento físico e a obrigatoriedade do uso de máscaras.
O especialista acredita que isso nos tornou mais vulneráveis a vírus que os nossos organismos já estavam habituados a combater. Com o fim de muitas das medidas implementadas para combater a Covid-19, os vírus voltam à carga sobre sistemas imunitários que podem ter perdido a sua “memória imunológica”.
Por outro lado, ainda não se sabe ao certo se o coronavírus pode competir diretamente com outros vírus no organismo infectado.