09/03/2018 - 12:08
Um grupo de homens encapuzados atacou a igreja católica Cristo Operário Santo Cura D’Ares, na Vila Kennedy, na zona oeste no Rio, e assaltou cerca de 20 fiéis e um padre, nesta quinta-feira, 8. O crime ocorreu depois que militares, que durante o dia fizeram mais uma operação na comunidade, deixaram o local.
Nesta sexta-feira, 9, os militares voltaram à favela, pelo terceiro dia consecutivo. Desta vez, oficiais e praças estão acompanhados de agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop). Em ação de “ordenamento urbano”, foram derrubadas barracas de feirantes, com o uso de retroescavadeiras. A ação provocou a reação de pessoas que trabalham nas barracas.
“O Exército, a prefeitura e a PM estão punindo pessoas que não têm nada a ver com o crime, que são trabalhadoras. A partir do dia de hoje, a relação com as forças de segurança vai ser outra, muito pior”, afirmou um morador, que preferiu não ter a identidade divulgada.
Segundo publicação no Facebook da Voz da Vila Kennedy, os criminosos fizeram cerca de 40 fiéis como reféns, após roubarem todos pertences dos que estavam na igreja, inclusive do próprio padre. Os quatro ladrões estavam encapuzados, o que dificulta a identificação deles. Todos os moradores que foram assaltados estão bem.
Questionado pela reportagem sobre o motivo das demolições, o Comando Conjunto de Operações no Rio informou que “a operação de organização urbana está sendo realizada pela prefeitura, com base em critérios por ela estabelecidos”.
Os militares afirmaram também que “apenas asseguram a estabilidade da área.” A reportagem buscou explicações na Secretaria de Ordem Pública do município. Até a publicação desta matéria, não havia resposta.
Na ação desta sexta, os militares fazem novamente um “cerco, estabilização dinâmica da área e reforço no patrulhamento ostensivo” na comunidade. “Eventualmente poderão ser cumpridos mandados de prisão por parte da Polícia Civil e executada remoção de obstáculos remanescentes”, informou a comunicação o Comando Militar do Leste (CML), por nota.
São empregados 1.400 militares das Forças Armadas, com apoio de blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia. Algumas ruas e acessos nessas áreas poderão ser interditados.