12/06/2022 - 9:40
Líder da oposição venezuelana disse que foi atacado por membros da sigla governista, o Partido Socialista Unido da Venezuela, enquanto realizava visita à província de Cojedes. EUA condenaram o ataque.O líder opositor venezuelano Juan Guaidó denunciou neste sábado (11/06) ter sofrido um ataque de “grupos violentos” de chavistas ligados ao governo do presidente Nicolás Maduro, durante uma visita à província de Cojedes.
“Foi uma emboscada”, disse Guaidó em um vídeo postado no Instagram.
Os Estados Unidos condenaram o ataque, enquanto jornalistas ligados à mídia estatal venezuelana disseram que o líder opositor teria sido atacado por partidários. Guaidó classificou a acusação como “fake news”.
“Através de mentiras, propaganda, eles tentam desviar a atenção”, afirmou Guaidó sobre o incidente.
Segundo a oposição, além de Guaidó, vários membros de sua equipe foram agredidos verbal e fisicamente e o veículo em que o líder viajava “recebeu vários dispardos”.
“Este ataque ordenado de Miraflores [sede do governo venezuelano] não só coloca em risco a vida e a integridade física do presidente Guaidó e sua equipe de colaboradores, mas é um ataque contra toda a liderança política democrática na Venezuela”, afirmou a oposição em um comunicado.
Ataque em restaurante
O incidente ocorreu quando Guaidó se reunia com militantes de partidos políticos da oposição em um restaurante na cidade de San Carlos. Em um vídeo postado nas redes sociais, Guaidó aparece sendo empurrado para fora do local, em meio a gritos e confrontos entre pessoas ao seu redor. A equipe de escolta de Guaidó conseguiu repelir alguns dos ataques e levá-lo para um carro, que estava em frente ao restaurante.
A oposição culpou os líderes regionais da sigla governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) pelo ataque.
Em mensagem postada no Twitter, o Centro Nacional de Comunicação, conta oficial de imprensa da oposição, afirma que um ex-deputado pró-governo liderou o “ataque de quadrilhas chavistas armadas” contra Guaidó.
Horas antes do atentado, o líder opositor tinha publicado várias mensagens em sua conta no Twitter sobre a visita a Cojedes e o carinho com que foi recebido.
Após o ataque, Guaidó seguiu com a agenda em Cojedes e, depois, retornou a Caracas.
No sábado passado, Guaidó já havia denunciado um “ataque do regime”, como costuma definir o governo de Nicolás Maduro, às atividades que havia planejado com apoiadores durante uma visita ao estado de Zulia, na fronteira com a Colômbia.
Na ocasião, Guaidó não pôde realizar uma caminhada planejada, pois um grupo de pessoas que se identificaram como “revolucionários” atacou simpatizantes da oposição.
Estados Unidos condenam ataque
Os Estados Unidos condenaram o ataque a Guidó neste sábado, a quem reconhecem como presidente autoproclamado da Venezuela.
“Estamos profundamente preocupados com o ataque não provocado”, disse o chefe da diplomacia dos EUA para a América Latina, Brian Nichols, no Twitter. “Os responsáveis pelo ataque devem ser levados à Justiça”, acrescentou.
Na quarta-feira passada, o presidente dos EUA, Joe Biden, conversou por telefone com Guaidó no âmbito da Cúpula das Américas, da qual Washington excluiu Maduro por não condugir um governo democrático.
De acordo com um comunicado da Casa Branca, Biden apoiou a retomada das negociações da oposição com Maduro e disse estar disposto a rever as sanções impostas à Venezuela, que incluem um embargo ao petróleo desde 2019, se as negociações avançarem.
Quem lidera a Venezuela
Após a polêmica reeleição do presidente Nicolás Maduro em 2018, Guaidó, como então chefe do Parlamento, se auroproclamou presidente interino do país, afirmando que om pleito havia sido fraudado.
Estados Unidos, Reino Unido e outros países apoiaram a reivindicação até que eleições justas fossem realizadas. No entanto, em 2021, a União Europeia retirou de Guaidó o status de “presdiente interino” passou a considerá-lo como um “interlocutor privilegiado”, depois que ele perdeu seu cargo de chefe do Parlamento após as eleições legislativas em dezembro de 2020.
Hoje, Guaidó é o presidente da Assembleia Nacional, um comitê que afirma ser formado pelos legisladores legítimos do país, porque alegam que as eleições parlamentares de 2020 e as eleições presidenciais de 2018 foram fraudadas.