O ministro da Economia, Paulo Guedes, cobrou responsabilidade fiscal diante da pressão por uma nova rodada do auxílio emergencial. Nesta quarta-feira, 10, o chefe da pasta recebeu a presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, Flávia Arruda (PL-DF), e o relator do Orçamento de 2021, Marcio Bittar (MDB-AC).

“Nós temos um compromisso com as futuras gerações do País. Nós temos que pagar pelas nossas guerras”, disse Guedes após a reunião. “Se nós estamos em guerra com o vírus, nós temos que arcar com essa guerra e não simplesmente empurrar irresponsavelmente esses custos para as gerações futuras.”

O ministro da Economia condiciona a retomada do benefício à aprovação do Orçamento de 2021 e das propostas em tramitação no Senado que preveem corte de gastos. O Legislativo, porém, pressiona pelo auxílio assistencial, mas sem garantias de redução de despesas em tempo hábil.

Um imposto temporário para bancar o auxílio entrou no radar do governo e de parlamentares. O ministro, porém, tentou afastar essa possibilidade diante da falta de ambiente político para aumento de tributos, conforme o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou.

Em declaração à imprensa, Guedes evitou comentar sobre a possibilidade de um novo crédito extraordinário neste ano para bancar o auxílio. Esse instrumento deixaria a despesa fora do teto, mas aumentaria a dívida da União. O ministro tem defendido a aprovação de uma “cláusula de calamidade” para dar base jurídica a esse tipo de decisão.

Guedes citou a demanda social exposta por líderes do Congresso, mas reforçou que também há compromisso com as contas públicas entre os parlamentares.

Flávia Arruda e Marcio Bittar afirmaram que o gesto de ir até o ministro após a instalação da CMO reforça o compromisso com um orçamento que atenda às necessidades sociais e ao mesmo tempo tenha responsabilidade fiscal.