O ministro da Economia, Paulo Guedes, informou nesta sexta-feira (16) que desocupou a Granja do Torto, onde residiu nos últimos anos. A casa de campo, em Brasília, é uma das residências oficiais da Presidência da República e costumava ser usada por presidentes eleitos nos períodos de transição de governo.

“Parti hoje”, disse Guedes à TV Globo. O ministro viajou para o Rio de Janeiro e afirmou que não retornará a Brasília nas duas últimas semanas do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL). Guedes assegurou que trabalhará até o último dia do governo.

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No Rio, Guedes teve uma série de audiências nesta sexta, entre as quais, um encontro com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano.

Guedes residia na Granja do Torto com aval de Bolsonaro. Nos próximos dias, a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve fazer uma visita ao local, segundo o futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA).

Costa tratou durante a semana com o atual chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), sobre a situação do imóvel. Auxiliares gostariam de ter o imóvel disponível para Lula antes da posse.

A equipe de transição do governo federal avalia a possibilidade de o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passar a usar a Residência Oficial da Granja do Torno antes da posse, em 1º de janeiro. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (16) pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), durante entrevista a jornalistas em Salvador.

O presidente eleito está hospedado em um hotel na região central de Brasília, onde também realiza reuniões com auxiliares, futuros ministros e lideranças políticas.

Como foram as últimas transições

A legislação não prevê o benefício de moradia para o presidente que deixa o cargo. Ele pode contar apenas com a segurança pessoal, solicitada pelo coordenador do gabinete de transição, no caso Geraldo Alckmin (PSB).

No entanto, nas últimas transições, houve a oferta pela parte dos presidentes em exercício para que seus sucessores ocupassem a residência oficial da Granja do Torto. Em 2002, o então mandatário Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sugeriu por cortesia que Lula e sua esposa ocupassem o local, mas o petista só deu entrada no imóvel dias antes da posse.

A mesma oferta foi feita no fim de 2018 por Michel Temer (MDB) para o então vitorioso Jair Bolsonaro (PL). Ele havia inicialmente decidido se hospedar no apartamento funcional de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas depois aceitou o convite para se mudar para o Torto.

A granja

A Granja do Torto é uma propriedade da Presidência da República, localizada em Brasília, com características de casa de campo. Último general a presidir o Brasil durante a ditadura militar (1964-1985), João Figueiredo residiu na granja, onde criava cavalos.

Lula também gostava de utilizar a granja ao longo dos dois mandatos como presidente. Bolsonaro ficou na Granja do Torto no período entre a vitória na eleição de 2018 e a posse como presidente, em janeiro de 2019.

De acordo com a Presidência, a granja tem 37 hectares, um espaço com piscina, campo de futebol, quadra poliesportiva, churrasqueira, heliponto e uma área de mata nativa.