Por José de Castro

(Reuters) – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira que o coronavírus foi inventado pela China e que a vacina desenvolvida pelos chineses é menos efetiva que a criada pelos norte-americanos.

Os comentários foram feitos durante reunião do Conselho de Saúde Complementar, na qual também estava presente o chefe da pasta da Saúde, Marcelo Queiroga. Após saber que o vídeo estava sendo gravado, Guedes disse: “Só não manda para o ar, por favor”.

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A transmissão do evento fora feita pelas redes sociais do Ministério da Saúde, mas após o término da reunião o vídeo não estava mais disponível.

Guedes falava sobre a relevância do investimento privado para o avanço de tecnologias em países desenvolvidos e chegou a citar como exemplo a vitória de Estados Unidos e Reino Unido na Segunda Guerra Mundial, que, segundo ele, ocorreu pela força do setor industrial de ambos.

Ao fim da fala, o ministro afirmou: “O chinês inventou o vírus, e a vacina dele é menos efetiva do que a do americano.”

“O americano tem cem anos de investimento e pesquisa”, acrescentou o ministro, emendando que basta os norte-americanos conhecerem o vírus para rapidamente desenvolverem um imunizante.

Guedes fez uma exortação sobre “acreditar no setor privado” e disse: “Nós, governo, não teremos capacidade de cuidar da saúde do povo brasileiro todo”, justificando que, nos EUA, de acordo com o ministro, ocorre o mesmo.

Críticas de integrantes do governo e de pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro à China causaram mal-estar no ano passado. O país asiático –maior parceiro comercial do Brasil– é fornecedor do insumo farmacêutico ativo (IFA) da CoronaVac, vacina do laboratório chinês Sinovac, e da vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford, os dois únicos imunizantes que estão sendo aplicados no Brasil atualmente.

Procurada, a assessoria de imprensa do Ministério da Economia informou que ainda não havia posicionamento a respeito da fala de Guedes.

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