(Reuters) – Um ambiente de guerra comercial no mundo pode fortalecer as tratativas para o acordo entre Mercosul e União Europeia, que precisa ser acelerado, disse nesta quinta-feira o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

Em entrevista a jornalistas em Campinas, São Paulo, Alckmin ainda afirmou que o Brasil buscará os Estados Unidos para abrir negociação sobre a nova política tarifária do país, em implementação desde a posse do presidente Donald Trump.

Em dezembro de 2024, Mercosul e União Europeia fecharam o acordo de livre comércio negociado há 25 anos, mas há um longo processo para transformá-lo em realidade. O texto precisa ser legalizado, traduzido e depois aprovado pelos países membros, e pode até ser bloqueado, sendo a França o oponente mais feroz.

“Pode fortalecer, porque o que esse acordo representa é fortalecer o multilateralismo, o mundo precisa disso: democracias sólidas e multilateralismo. O acordo é bom para o Mercosul, é bom para a União Europeia… Acho que nós precisamos, agora, acelerar a implantação”, afirmou o vice-presidente.

Trump anunciou neste mês tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio dos EUA “sem exceções ou isenções”, a partir do mês que vem. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para o país. Além desses itens, a Casa Branca apontou o etanol brasileiro como exemplo de alvo para tarifas recíprocas que os EUA podem impor.

Na entrevista, Alckmin voltou a afirmar que a balança comercial entre Brasil e EUA é equilibrada, ressaltando que o governo pretende negociar com os norte-americanos.

“Nós vamos sim procurar o governo norte-americano e negociar”, afirmou, ao argumentar que o Brasil já conseguiu em outras ocasiões estabelecer cotas para exportações aos EUA.

“Tem espaço para negociação e é isso que nós vamos fazer.”

(Por Bernardo Caram)

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