02/05/2022 - 21:25
Até então pouco utilizados no conflito contra a Ucrânia, os russos decidiram começar a usar seus submarinos para lançar mísseis contra alvos no país vizinho. No Mar Negro, um submarino a diesel foi utilizado para atacar alvos militares ucranianos com os chamados mísseis de cruzeiro Kalibr, segundo dados da agência Reuters.
Essa foi a primeira vez que a Rússia anunciou o uso desse armamento na Guerra da Ucrânia. Para comprovar isso, o Ministério da Defesa russo divulgou um vídeo onde podem ser vistos os lançamentos de mísseis emergindo do mar e sendo projetados no horizonte em direção a seus alvos.
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Submarinos Nucleares
Apesar de o submarino russo utilizado ser movido a diesel, a Rússia possui um grande arsenal de submarinos atômicos, perdendo apenas para os EUA em termos de quantidade.
1 – Estados Unidos – 71 submarinos nucleares
2 – Rússia – 33 submarinos nucleares
3 – Reino Unido – 11 submarinos nucleares
4 – França – 10 submarinos nucleares
Os outros países aparecem bem atrás no ranking, com China na 5ª colocação (com 3 submarinos do tipo) e Índia na 6ª posição (com dois), segundo dados da NationMaster.
Trata-se, portanto, de um grupo bastante seleto de países que contam com esse tipo de embarcação.
Caso a Rússia decida utilizar submarinos nucleares, poderá promover ataques surpresa, já que eles são mais difíceis de monitorar do que as grandes plataformas de lançamento de mísseis balísticos intercontinentais que os países com armas nucleares possuem.
O uso, portanto, desses submarinos, poderia provocar danos inimagináveis para a população dos locais atingidos. A Rússia também está bem posicionada entre os países com maior número de submarinos, atômicos ou não. Ela fica atrás apenas da China (79) com 70 submarinos no total. O terceiro colocado é os Estados Unidos com 68.
Isso garante à Rússia uma supremacia considerável no Mar Negro, uma vez que os países que são membros da Otan não estão dispostos a neutralizar seus submarinos para evitar uma escalada que poderia levar a um conflito nuclear.
De acordo com o ministro da Defesa russo, cerca de 20 embarcações russas, incluindo submarinos, estão operando no Mar Negro.
NOVAS OFENSIVAS
Por esses e outros motivos, os submarinos russos podem se tornar fundamentais para as próximas ações militares do país, sobretudo caso eles tentem dominar áreas costeiras incluindo o porto de Odessa, que fica bem próximo à região da Moldova onde existe uma grande população partidária dos russos e com aspirações separatistas (a Transnistria).
A ação coordenada entre tropas russas partindo dessa região da Moldova (onde já existe um contingente de militares russos) com o apoio de embarcações como submarinos pode ser decisiva para a conquista de Odessa e de outras cidades importantes na costa da Ucrânia.
Isso representaria um forte golpe ao país, dada a importância das cidades costeiras, e sobretudo de Odessa, como entrepostos comerciais.
Como os russos, no entanto, estão focando seus esforços mais para a definitiva conquista da parte leste do país, já que eles falharam em sua primeira tentativa, os ucranianos ainda têm tempo para criarem defesas, sobretudo com o enorme fluxo de dinheiro e armamentos que as nações ocidentais estão providenciando.