Você trabalhou em advocacia e banco de investimento, como fundou uma gestora de private equity?
Desde que comecei na advocacia, no Pinheiro Neto, eu trabalhei com fundos de private equity e trago na bagagem 20 anos de experiência em fusões e aquisições. No início dos anos 2000, grandes fundos internacionais vieram para o Brasil e o escritório representou muitos. Participar da compra e venda de empresas acabou sendo mais interessante do que ser advogado e mudei de lado. Fiz um MBA nos EUA e depois fui trabalhar em uma gestora.

E como se interessou pelo tema da sustentabilidade?
Com o maior interesse na preservação do meio ambiente, vi que tinha espaço para se fazer algo diferente. Estudei como funcionava esse mercado ESG no mundo e busquei alternativas de investimentos. Mas ainda havia muita mistura de temas nessa história. Por isso foquei na descarbonização, fazendo uma auditoria para mensurar a pegada de carbono nas empresas que invisto. E assim nasceu, em junho de 2022, a W Capital.

E qual foi o primeiro negócio?
Fizemos um investimento de R$ 65 milhões na Better Drinks, que produz drinks prontos e atua em um nicho que não compete com as gigantes de bebidas. O foco foi o cumprimento de requisitos para redução da pegada de carbono na logística. O sucesso foi maior que o esperado e levantamos em cinco meses.

E quais os próximos planos?
Já estamos em vias de investir R$ 75 milhões em outra empresa, e mais sete transações em andamento. Mas nossos investidores são 100% institucionais e num mundo de greenwashing, muitos ainda consideram sustentabilidade um plus, mas o que conta é o retorno. Apesar de avaliar o risco, no entanto, vemos que o interesse pelo ESG está crescendo. A Europa, que mais desmatou, lidera agenda. Porém, temos a oportunidade de participar, gerando renda para quem preserva. Temos a chance de nos beneficiar e aproximar a Faria Lima desse novo mundo.

NOTAS

Octante reduz aporte de fundo para R$ 1 mil

O fundo Octante acaba de reduzir o aporte inicial de R$ 5 mil para R$ 1 mil. Investidor em bonds de grandes empresas da América Latina, o fundo entregou nos últimos 13 anos uma rentabilidade acima de CDI +4% e estava aberto apenas para investidores institucionais. Com a redução, ele abre agora para os investidores pessoas físicas, com aportes mais acessíveis. O gestor do fundo Laszlo Lueska defende a tese de que o investidor pode se aproveitar do spread mais alto que o crédito privado offshore oferece.

Generali Brasil cresce em seguro de vida

A Generali Brasil encerrou 2022 com crescimento de 23% na área de seguro de vida para multinacionais. Um dos maiores grupos do mundo no setor de seguros, com receita global de 1,47 bilhão de euros ao ano, a empresa faturou no País R$ 175 milhões. Segundo a companhia, os resultados demonstram o fortalecimento da parceria com a unidade do Generali Employee Benefits (GEB), cujo foco é segurar vidas de funcionários de multinacionais ao redor do mundo e que abriu um escritório no Brasil em 2021, com o objetivo de expandir sua atuação por aqui.

Moove On debate mercado de crédito

No dia 9 de maio será realizado no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, o “X Fórum Moove On, O Futuro do Mercado de Crédito”. Temas como política, economia, gestão, crédito e startups estarão em pauta. Para tratar desses assuntos, o evento reunirá grandes nomes do mercado, que falarão sobre estratégias, network, conexões, tecnologia e inovação. Entre os palestrantes está confirmada a presença do economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, que carrega na bagagem uma experiência de mais de 20 anos nesse mercado.