O Guia Michelin anunciou, nesta segunda-feira (18), sua seleção 2021 para a França, apesar da pandemia de coronavírus, que obrigou o fechamento dos restaurantes durante boa parte do ano passado.

Criticada por alguns, a decisão foi defendida pelo guia para apoiar a gastronomia em tempos de crise.

O ex-jogador de basquete nascido no Congo Alexandre Mazzia recebeu sua terceira estrela por seu restaurante AM, inaugurado em 2014, em Marselha, no sudeste da França.

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Ele foi o único novo chef reconhecido com a maior distinção nesta edição em que nenhum estabelecimento três estrelas foi rebaixado, ao contrário das edições anteriores.

“Era especialmente importante para nós realizar a cerimônia”, declarou o diretor do Guia Michelin, Gwendal Poullennec, durante a cerimônia na Torre Eiffel, em Paris, transmitida pela Internet.

“Há meses os chefs lutam ao ritmo de fechamentos e aberturas” decretadas pelo governo com base na situação sanitária, acrescentou, garantindo que os profissionais permanecem “de pé”.

Atualmente, os restaurantes na França estão fechados desde outubro, após terem sido reabertos em junho. Por enquanto, não há data de retorno às atividades. Alguns oferecem comida para viagem.

O Guia Michelin, que também apresentou sua seleção 2021 em outros países como a Espanha, é a única grande classificação que manteve sua tradição anual.

A lista britânica dos 50 melhores restaurantes cancelou sua premiação.

Esta “estranha seleção” corre o risco de pôr em xeque a necessidade do guia, já criticado por sua “opacidade no método e condições de inspeção”, atacou o crítico gastronômico do jornal francês Le Figaro, Emmanuel Rubin.

O Guia Michelin argumentou, no entanto, que os inspetores trabalharam muito durante os primeiros meses para realizar um trabalho “tão sério e rigoroso” quanto nas edições anteriores.

Com o AM de Marselha, a França passou a contar com 30 restaurantes com três estrelas.

Especialista em combinações inesperadas, com produtos “daqui e do outro lado do mundo”, o chef Alexandre Mazzia, de 44 anos, trabalha com mais de 200 ingredientes, “espinha dorsal” de sua cozinha.

Entre as propostas servidas no AM, por exemplo, destacam-se as enguias defumadas com chocolate, framboesa e “harissa”, um molho à base de pimenta tunisina.

Ao todo, 54 restaurantes com uma estrela Michelin entram no novo guia, incluindo o Parisian Oxte, do chef mexicano Enrique Casarrubias.