Uma pequena indústria começa a ser formada dentro do mercado editorial: são os livros de finanças pessoais. O segmento é tão promissor que, em breve, ocupará mais espaço nas prateleiras do que os campeões de auto-ajuda, apostam especialistas. No Brasil, estima-se que eles movimentem, no próximo ano, cerca de R$ 10 milhões ? 0,4% do mercado editorial. É uma fatia modesta, mas com enorme potencial de crescimento. A Saraiva, em parceria com a empresa Letras & Lucros, das jornalistas Mara Luquet e Andrea Assef, será responsável pelo desembarque de 20 livros sobre finanças pessoais só no primeiro semestre de 2007. Deverá faturar cerca de R$ 1 milhão. ?A Saraiva é líder na área de Direito e o objetivo é tornar-se referência também no segmento de finanças?, afirma Flavia Alves, diretora editorial da Saraiva. Neste mês, está sendo lançada a coleção Você tem mais…, composta por cinco volumes, cada um ao preço de R$ 14,90, enquanto a média do mercado é de R$ 30. ?A idéia por trás do preço acessível é a de popularizar o segmento?, explica Flavia.

O segmento de livros de finanças pessoais está dividido em duas categorias ? uma dirigida aos totalmente leigos e outra voltada para os já iniciados. A nova aposta da Saraiva se encaixa na primeira delas. ?Ganharemos na quantidade, e não na margem?, diz Flavia. O primeiro título da série, Você tem mais… dinheiro do que imagina (96 págs.), trata, basicamente, sobre orçamento familiar. ?O que falta para as pessoas, hoje, não é dinheiro, mas sim planejamento financeiro?, observa Andrea Assef, uma das coordenadoras da edição. De fato, 85% das famílias brasileiras têm dificuldade para chegar no fim do mês com recursos do salário que recebem, segundo dados do IBGE. O quadro não é muito diferente nas famílias que estão no topo da pirâmide (com renda mensal acima de R$ 6 mil) ? quase metade delas enfrenta o mesmo problema.

Em linguagem simples, o livro ensina como administrar os gastos domésticos de forma que sobre algum dinheiro no fim do mês para investir. ?O mais importante não é guardar muito, mas sempre. Assim a pessoa cria disciplina para investir todo mês?, diz Mara Luquet. As dicas para não deixar o dinheiro escorrer pelas mãos vão desde parar de fumar (quem consome um maço de cigarro por dia economizaria, por ano, cerca de R$ 720) até como não cometer desvarios financeiros por conta dos filhos. ?Foi lançado, recentemente, um celular para crianças a partir de quatro anos de idade que custa R$ 800. Se o pai aplicar o valor do aparelho e, todo mês, fizer aportes de R$ 50, quantia média que teria de desembolsar com as ligações, daria para comprar um apartamento para o filho quando ele se tornasse um adulto?, exemplifica Mara. Uma dica de ouro para este Natal.