O presidente da Petrobras, Pedro Parente, participou nesta tarde de terça-feira, 29, de teleconferência com analistas de mercado para tentar reverter a trajetória de queda das ações, iniciada com o anúncio de mudanças no preço do diesel para conter a greve dos caminhoneiros, na semana passada.

Parente iniciou sua fala fazendo uma retrospectiva dos últimos dias de crise. O executivo destacou que mesmo após divulgar que os preços permaneceriam congelados por 15 dias e também que seriam reduzidos em 10%, e também após os primeiros movimentos do governo para tentar conter os protestos, o problema de abastecimento permaneceu.

Hoje, em sua opinião, já “há uma melhora progressiva no abastecimento do País”, embora a situação ainda não esteja normalizada. Ao analisar a crise, Parente ainda afirmou que ficou claro para todo o mercado e população que o debate sobre o preço dos combustíveis está interligado às discussões sobre impostos.

Ele comentou ainda que “a discussão pública da política de preços foi personificada” nele e que, em alguns momentos, ficou parecendo que a solução do problema passaria pela sua demissão. Essa é uma das pautas de reivindicações da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que inicia nesta quarta-feira, 30, uma greve de 72 horas.

Segundo Parente, a operação nas refinarias foi afetada pela crise, mas a empresa conseguiu administrar a atividade, atuando também na área logística. “Estamos trabalhando estoques, logística, a programação de produção e parcerias. Consequências em relação à operação tiveram. Mas tomamos as medidas cabíveis”, afirmou.

Pagamento pelo governo

A Petrobras terá liberdade para aplicar o reajuste derivado das condições de mercado, independentemente da periodicidade, explicou Parente.

“Independentemente da periodicidade, a prerrogativa é de reajustes necessários. Esperamos poder passar por isso sem maiores consequências à operação da empresa”, disse o executivo. “O importante é manter as margens de lucro na operação.”

No entanto, ele lembrou que a empresa não tem poder de fixar os preços do petróleo e o câmbio. “Discutimos em Brasília o que é relevante na política de preços”, ressaltou.

Ele explicou que é possível que a empresa tenha nova fórmula de reajuste. Conforme explicação da companhia, foi definido junto ao governo que a periodicidade dos reajustes de preços passará de diária para mensal.

Ao ser questionado por analista como se dará o pagamento pelo governo – conforme explicaram gestores e analistas ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o ponto causa receio no mercado desde a semana passada -, Parente disse que o objetivo é de pagamento pelo governo no menor espaço de tempo possível, ainda dentro do próprio mês.