Uma missão de especialistas da ONU advertiu que crimes de guerra e crimes contra a humanidade foram cometidos na Líbia desde 2016, após uma investigação no terreno e em outros países.

“Há razões para acreditar que crimes de guerra foram cometidos na Líbia, enquanto que os atos violentos cometidos nas prisões e contra os migrantes no país podem constituir crimes contra a humanidade”, destacam os especialistas, confirmando fatos que vêm sendo denunciados há tempos.

Esta missão independente decidiu não publicar “a lista de indivíduos e grupos (tanto líbios como estrangeiros) que poderiam ser responsáveis pelos estupros, abusos e crimes cometidos na Líbia desde 2016”.

“Esta lista continuará sendo confidencial até se tenha necessidade de publicá-la, ou compartilhá-la” com organismos que possam responsabilizar os envolvidos nestas atrocidades.

Os autores do relatório afirmam que a Justiça líbia investiga a maioria dos casos mencionados pela missão da ONU, mas que “o processo para punir os culpados de estupro, ou de maus-tratos, enfrenta desafios significativos”.

A missão insiste em que “os civis pagaram um preço alto” pela violência que assola a Líbia há cinco anos, principalmente, pelos ataques a escolas e hospitais.

Os imigrantes que tentam chegar à Europa procedentes da Líbia são alvo de todo o tipo de violência “nos centros de detenção e por causa dos traficantes”, denunciou Chaloka Beyani, um dos especialistas da missão.

Os especialistas destacam ainda a situação nas prisões líbias, onde a tortura é frequente, e os presos são impedidos de receber visitas de seus familiares.