O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, disse acreditar em uma virada de vitória contra seu adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no final da campanha. Segundo ele, em conversas com pequenas e médias cidades do interior do Estado, “há um temor crescente com as propostas do Tarcísio”.

Em entrevista à Rádio Eldorado nesta quarta-feira (26), o petista citou algumas propostas que, de acordo com ele, estariam gerando tal temor. Para Haddad, a possível privatização da Sabesp por Tarcísio é um “crime que vai ser cometido contra a economia popular”. Outro tópico citado por Haddad é a retirada de câmeras nos uniformes dos policiais. “Causa muita apreensão porque é um projeto que levou oito anos a ser implementado com resultados evidentes que funciona inclusive para segurança do próprio policial”, pontuou.

O terceiro ponto dito pelo petista é a possível extinção da Secretaria de Segurança Pública do Estado e dar ao chefe da Polícia Civil e ao comandante da Polícia Militar status de secretário. “Vai gerar mais desintegração entre as polícias”, avaliou.

O candidato do PT diz que tais propostas de Tarcísio são incoerentes porque seu adversário não vive em São Paulo. “Ele está em São Paulo há menos de seis meses, acho que ele não conhece nossas tradições”, diz. “O que eu estou vendo no Estado inteiro é a sensação de que temos um aventureiro que chegou aqui por ordem do Bolsonaro e só está liderando as pesquisas por desinformação. E à medida que a informação chega, as pessoas vão revendo seus posicionamentos”, afirma, frisando que está “confiante” em relação a uma virada.

Ao reforçar críticas à falta de conhecimento de Tarcísio sobre o Estado paulista, Haddad diz que é um “contrassenso” tê-lo como governador. “Nós vamos continuar até domingo mostrando que é um grande contrassenso trazer o Centrão e o orçamento secreto para o Estado de São Paulo”, finaliza.

Em críticas aos apoios que tanto Tarcísio quanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) receberam no segundo turno, Haddad afirma que quem apoia tais candidaturas são partidos que integram o Centrão. “Quem está apoiando o meu adversário é o PTB do Roberto Jefferson, do Collor, é o PRB do Edir Macedo, é o Centrão.. É o PSD do Kassab. É um povo que já mostrou a que veio, tanto no plano federal quanto no plano estadual”, pontua. “E nós aqui estamos com uma rede de partidos que alguns já governaram o Estado, outros não, mas que tem muito sangue novo, com ideias novas, mas respeitando nossas tradições, nossas conquistas.”

Haddad diz acreditar que, no final da campanha, sua votação no interior deve se aproximar com a da capital e destacou esforços durante a campanha para fortalecer o diálogo na região. “É mostrar que efetivamente esse Estado pode recuperar muito do que perdeu nos últimos anos e liderar o processo de reconstrução nacional.”