07/12/2022 - 8:45
Pelé está há mais de uma semana no hospital para tratar as complicações de um câncer no cólon. O astro está internado desde o dia 29 de novembro sob cuidados paliativos, e apresentou estado clínico estável, de acordo com boletins médicos do Hospital Israelita Albert Einstein. A repercussão da saúde do ex-jogador trouxe à tona uma doença agressiva, que pode ser driblada com práticas do dia a dia. Consultamos especialistas para investigar quais são as causas e como ter uma rotina que previna a doença, seja via alimentação, conhecimento do histórico médico familiar e rastreamento por exames.
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O primeiro fator a considerar é a obesidade. O sobrepeso é um dos maiores fatores de risco. Daí, uma alimentação longe de gorduras e enlatados e uma rotina de atividade física podem garantir a prevenção. Diminuir o consumo de carne vermelha no cardápio também é uma estratégia.
Quais os fatores de risco da doença?
O câncer de cólon é uma doença com aumento de incidência mundial. Isso também é um cenário observado no Brasil e América Latina como um todo. Entre as causas, uma das que tem situação mais reversível é a obesidade. Outros principais fatores de risco são o envelhecimento e as síndromes hereditárias de câncer.
A alimentação pode prevenir?
“Segundo a Organização Mundial de Saúde, a obesidade está relacionada a 13 tipos de câncer – o câncer de cólon faz parte dessa lista. Alimentos e hábitos de vida que levam à obesidade – como carboidratos e gorduras, além do sedentarismo – são comprovadamente fatores de risco para essa doença”, explica a Dra. Angélica Nogueira Rodrigues, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais.
Para Alexandre Palladino, chefe da oncologia clínica do INCA, o tabagismo também contribui para que a doença exista. Ele também aponta que o histórico familiar, principalmente de parentes de primeiro grau, aumenta o risco. A prevenção via alimentação também é recomendada por ele. “Dieta com fibras encontrada em frutas e legumes e pobre em alimentos processados evita câncer colorretal”, defende o especialista.
“A dieta típica ‘americana’ pode aumentar o risco do câncer, assim como excesso de carne vermelha e embutidos. Já as frutas e vegetais funcionam como protetores”, diz a Dra. Renata D’Alpino, co-líder da especialidade de tumores gastrointestinais do Grupo Oncoclínicas. Por dieta america deve-se considerar gordura e alimentos processados.
Para ela, outro fator que indica o risco da doença é a anemia e o cansaço, que podem vir de uma rotina alimentar pobre em frutas e legumes, além da falta de exercícios físicos.
Inserir esse grupo de alimentos, portanto, pode garantir uma prevenção eficaz: no grupo das leguminosas, como feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja em grão; arroz, linhaça, aveia, entre outros do grupo dos grãos. Alimentos verdes – alface, couve, rúcula e brócolis – também podem auxiliar.
Nas recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde, órgão vinculado à OMS, na alimentação ideal estão 400g (o equivalente a cinco porções) de frutas e vegetais por dia, exceto batata, batata-doce, mandioca e outros tubérculos. Veja aqui outras indicações.
Quais são os métodos e exames preventivos?
A maioria dos casos acontece após os 45 anos de idade. Para redução de risco, deve ser feito exame preventivo anual de pesquisa de sangue nas fezes, além do exame de colonoscopia (um a cada 5 a 10 anos). Essa estratégia de rastreamento pode reduzir o risco.
A Dra. Angélica lembra que, entre as síndromes que agravam o risco da doença, está a polipose adenomatosa familiar. Nela são formados milhares de pólipos no intestino, e podem contribuir para o câncer. Outro fator outra citado pela especialista da Oncoclínicas é a Síndrome de Lynch, mas são casos raros: 95% dos cânceres de cólon não têm relação com hereditariedade.