04/08/2025 - 17:22
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 4, que pretende explicar ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, como funciona o judiciário brasileiro em possível conversa que os dois terão esta semana para tratar do tarifaço dos EUA sobre o Brasil. “Você pensa que, se você trocando de juiz, você vai trocar o veredicto? Você não vai trocar o veredicto trocando de juiz, porque nós temos aqui várias salvaguardas internas e externas”, afirmou durante entrevista ao programa Entre Nós, da BandNews, sem citar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, que vem sendo alvo de sanções norte-americanas.
Haddad lembrou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recorreu ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas e foi absolvido. “Não só internamente, mas externamente ele foi absolvido”, disse, salientando que o Brasil é signatário de todos os acordos internacionais que dizem respeito a direitos humanos.
O problema, conforme Haddad, não é o juiz, mas os atos perpetrados contra a Constituição. “Isso não vai mudar: o problema das provas, das confissões, das delações, dos fatos concretos apurados, isso não vai mudar trocando de juiz. O Estado brasileiro está tratando o assunto com a seriedade merecida. Agora, os fatos estão sendo tratados dessa maneira, porque são graves”, considerou em referência ao julgamento do ex-presidente da República Jair Bolsonaro.
Questionado sobre se o governo não pretende retaliar os EUA comercialmente, o ministro disse preferir a palavra “proteger”. “Vamos proteger o Brasil. Esta é a obrigação do Estado. Isso vale para o comércio, isso vale para as nossas instituições, vale pra democracia, vale para a soberania. Então nós vamos agir no sentido de proteger”, disse, enfatizando que há uma relação de 200 anos de amizade e de prosperidade entre os dois países.