O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, abriu nesta segunda-feira, 2, a reunião da diretoria da entidade relatando o encontro que teve na sexta-feira, 31, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Durante o encontro, Haddad apresentou um documento com quatro compromissos que, segundo Josué, são fundamentais para a reindustrialização do País.

O primeiro deles é a permissão para que os investimentos em máquinas e equipamentos tenham depreciação “super acelerada”, permitindo assim abatimento mais rápido do imposto de renda devido pelas empresas. Este é um pleito da indústria que, afirmou Josué, vai incentivar o retorno dos investimentos, com impacto apenas de prazo na arrecadação.

Haddad, conforme relatou o presidente da Fiesp, também se comprometeu a apoiar um plano de financiamento a taxas mais baixas para a indústria. Josué apresentou a ideia como o equivalente a um “Plano Safra para a indústria”.

“O ministro se comprometeu a incluir na próxima LOA Lei Orçamentária Anual um valor destinado a termos o equivalente ao Plano Safra para a indústria de transformação”, declarou Josué.

Ao lembrar que a equalização dos juros do crédito agrícola está no orçamento federal, o presidente da entidade considerou ser “inconcebível” a indústria não ter o mesmo tratamento.

Os demais compromissos feitos pelo ministro são o apoio ao imposto sobre valor agregado, o IVA, previsto na reforma tributária, e os esforços para a queda da taxa básica de juros, sendo que a apresentação do novo arcabouço fiscal, disse Josué, representa um passo nessa direção.

Conforme Josué, Haddad deixou claro que a condução do juro compete ao Banco Central (BC), mas que torce pela queda da Selic. O presidente da Fiesp elogiou ainda a compreensão da atual gestão federal com a reindustrialização e pontuou que a documentação dos compromissos com o setor se deu por iniciativa de Haddad.

“Admiramos o agronegócio, mas lamento produtor dizer que prefere exportar produtos básicos”, declarou o presidente da Fiesp, lamentando que produtores rurais prefiram não agregar valores, o que tem impacto no recolhimento de impostos.

Josué observou também que os economistas que estudaram a reforma tributária do IVA estimam ganhos em dez anos. “Entendemos que os ganhos com o IVA vão levar ao aumento de arrecadação em pouco tempo.”

Pouco antes de passar a palavra aos deputados envolvidos na costura da reforma tributária, convidados para participar da reunião, o presidente da Fiesp disse defender um IVA isonômico, que não eleve mais a tributação sobre a indústria.

“Se Deus quiser, vamos aprovar a reforma tributaria com apoio popular … Quando vejo o que acontece na França por conta de reformas, vejo Brasil como especial”, disse Josué. “Espero que o Brasil faça uma reforma tributária que faça o País crescer”, acrescentou.