O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 20, que o Banco Central não fixa uma meta de câmbio, mas trabalha para corrigir disfuncionalidades, e que a preocupação que a autoridade monetária deve ter é com a meta de inflação. Para isso, o BC manterá a taxa de juros restritiva para perseguir esse alvo, afirmou.

Haddad disse que não cometeria o equívoco de dizer qual seria uma meta de câmbio que o BC deveria mirar. “O problema do Banco Central é meta de inflação, não tem outra coisa que ele precisa se preocupar. Ele tem hoje a meta contínua e deve estabelecer um calendário para fazer essa meta, num espaço de tempo que seja adequado para a política monetária funcionar. Ele vai manter a taxa de juros restritiva até essa acomodação”, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira.

Ele fez referências a declarações dadas pelos diretores da autarquia ontem, durante apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em que os integrantes do BC reconheceram “disfuncionalidades” no câmbio, inclusive com um deles defendendo o uso de reservas para corrigir esse cenário.

“Eu penso que o Banco Central, pelo que foi dito ontem pelos diretores, não fixa uma meta para o câmbio, ele quer evitar as disfuncionalidades que eles reconheceram haver nos pronunciamentos de vários diretores. Mais de um diretor se manifestou sobre isso e um deles defendendo nessas ocasiões o uso de reservas para que essa acomodação pudesse acontecer”, disse Haddad.