O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 7, que não acredita que Medida Provisória alternativa à alta do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) vá perder a validade. Ele participa do programa Bom Dia, Ministro, da EBC, ligada ao governo.

“Eu não acredito que vai acontecer isso (caducar)”, disse.

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Haddad declarou que há a intenção da oposição de dizer que os projetos do governo vão dar errado. Segundo ele, tentaram isso com a isenção de Imposto de Renda e agora vão tentar com a MP alternativa do IOF.

O ministro disse que cortar privilégios é um desafio que exige determinação, mas que ele tem visto “boa vontade” do Congresso Nacional. Ele agradeceu aos líderes partidários e aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por o receberem sempre.

“Então, nós temos espaço para negociar. Sempre temos que ter espaço para negociar, porque senão fica uma coisa do fato consumado”, afirmou.

Haddad disse que está disposto a conversar e que há espaço para falar sobre mudanças nessa MP, que a missão da Fazenda é pensar em alternativas caso haja redução na expectativa de receitas, mas que está confiante na atual negociação com o Congresso.

“E a nossa missão é, dentro desse ambiente de diálogo, construir alternativas. Mas eu acredito que a negociação está indo bem”, disse.

O que está em jogo

A comissão mista adiou para as 15h30 desta terça-feira, 7, a votação da medida provisória (MP) 1.303/2025, com alternativas à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que agrava o sinal de alerta para o governo.

A MP perde a validade amanhã e precisa do aval do colegiado e dos plenários da Câmara e do Senado.

O texto enviado pelo governo em junho sofreu diversas desidratações, como o recuo na taxação de debêntures incentivadas e de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e do setor imobiliário (LCIs), atualmente isentas.

Apresentada em junho pelo governo para compensar a perda de arrecadação após recuar de parte do aumento de IOF, a MP eleva a taxação sobre bets, institui a tributação sobre ganhos com títulos atualmente isentos, altera o imposto de outras aplicações financeiras e prevê, ainda, algumas medidas de contenção de despesas.