13/02/2025 - 20:57
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que as indicações atuais sobre a inflação são positivas e que a alta de preços deve se acomodar antes do que mostram as projeções do mercado.
Em entrevista a jornalistas na saída do Ministério da Fazenda, em Brasília, Haddad foi questionado sobre o fato de a projeção da pasta para o IPCA — o índice oficial de inflação — para 2025 ter sido elevada.
Mais cedo, a Secretaria de Política Econômica da Fazenda subiu sua previsão para a inflação este ano para 4,8% — acima do teto da meta do Banco Central, de 4,5%. A previsão anterior, divulgada em novembro, era de 3,6%.
“Hoje tem um novo regime de meta. É um regime mais racional, que é a meta contínua. E o Banco Central vai, se isso acontecer e for confirmado, apresentar um plano de trabalho para trazer a inflação para a meta”, disse Haddad.
“Mas as indicações são boas do que já está acontecendo em relação a isso. Nossa perspectiva é de que as coisas se acomodem antes do que o mercado prevê”, afirmou.
Haddad disse ainda que é possível haver espaço para negociação com o governo dos Estados Unidos sobre a imposição de tarifas de importação ao Brasil, mas destacou que o governo vai aguardar mais informações antes de se manifestar.
“A maneira como estão sendo anunciadas as medidas é um pouco confusa ainda. Então, nós temos que aguardar para ter uma ideia do que é concreto, do que é efetivo”, disse. “Nós vamos aguardar. Não é uma qualquer sinalização nos manifestar. Até porque temos que ver como é que termina essa história.”
Contudo, ele afirmou que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e a área econômica do governo estão analisando as informações disponíveis até o momento, para garantir que a reciprocidade seja um princípio adotado nas decisões sobre o tema.
O ministro destacou ainda que a balança comercial entre os dois países é bem equilibrada e que o Brasil tem relações comerciais positivas com os demais principais blocos econômicos, a China e a União Europeia. Portanto, conforme Haddad, não há motivos para o Brasil não ter uma boa relação com os EUA.
(Por Victor Borges)