26/05/2025 - 11:53
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 26, que é preciso compreender o desafio do equilíbrio orçamentário. “É papel de todos”, afirmou durante evento Nova Indústria Brasil, em comemoração ao Dia da Indústria, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. A conferência é promovida por Brasil 247, TV 247 e Agenda do Poder.
Ele admitiu que a carga tributária da indústria é elevada, mas lembrou que, em 1964, era de 16% do PIB, quando a “ditadura militar colocou 10% a mais” nessa conta. “Foi de 16% para 26% do PIB a carga tributária ao final do período militar. E ela só subiu de 26% para 32% na ocasião da estabilização da moeda, com o Plano Real. E aí ficou”, comparou, acrescentando que, hoje a carga tributária federal, é menor do que a de 10 anos atrás. “Temos que ter compreensão de que temos desafios a enfrentar, sobretudo em relação ao equilíbrio orçamentário, que, como disse o Mercadante (presidente do BNDES), vai ter papel de todos”, considerou.
Haddad enfatizou que há “muita despesa” contratada sem fontes de financiamento. “Temos que compreender que temos que honrar os compromissos assumidos pelo Congresso, muitos deles compromissos constitucionais, e nós estamos fazendo isso da melhor maneira possível, tentando virar a página de um déficit primário estrutural de 2% do PIB”, afirmou, acrescentando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva herdou um País com um déficit estrutural de 2% do PIB.
Haddad parabenizou o trabalho do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) junto com o BNDES e as lideranças empresariais em proveito da indústria. “Não é pouca coisa o que está acontecendo na indústria e o trabalho do MDIC tem que ser valorizado e a recuperação do BNDES, injustamente atacado por muitos anos. Precisa ser reconhecido o papel que o BNDES tem cumprido na recuperação da indústria”, disse, acrescentando que esta é uma decisão política do presidente da República.
Com apoio de parte do Congresso, o ministro disse que o governo está conseguindo avançar no sentido de estabilizar o orçamento e criar as condições macroeconômicas para a indústria voltar a se desenvolver. “O maior legado do presidente Lula nessa área, sem sombra de dúvida, é a reforma tributária”, enfatizou, prevendo que seus efeitos sobre o ambiente de negócio serão extraordinários.
Um dos principais pontos, segundo Haddad, é que a desoneração do investimento será de 100%, assim como a desoneração da exportação. “A guerra fiscal vai acabar entre os Estados, inclusive a guerra fiscal dos Estados com a União, que foi uma inovação dos últimos anos.”