30/08/2024 - 19:22
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 30, que o governo caminha para fechar o ano com déficit inferior a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), mas “com chance” de cravar um resultado dentro da banda da meta fiscal, que tolera um buraco nas contas primárias de 0,25% do PIB, ou mais de R$ 28 bilhões.
Haddad fez o comentário ao comparar a trajetória fiscal com o déficit que era aguardado pelo mercado no início do ano, de 0,8% do PIB. Durante a Expert, evento da XP Investimentos, o ministro assegurou que, se depender dele, o marco fiscal está estabilizado e vai ser cumprido. “O arcabouço fiscal, na minha opinião, está consolidado”, disse.
Ele ponderou que nem todas as propostas encaminhadas pela equipe econômica tiveram viabilidade política. Foi o caso, por exemplo, do fim da desoneração da folha de pagamentos e dos benefícios tributários ao setor de eventos. Se a medida passasse, assinalou, o governo já teria um orçamento equilibrado e conseguiria antecipar em um ou dois anos o grau de investimento, conferido pelas agências de rating às economias com menor risco de crédito.
Haddad voltou a dizer no evento que o ministério deve revisar em breve a previsão de crescimento do PIB neste ano, atualmente em 2,5%.
Após ponderar que existem incertezas de investidores sobre a transição no Banco Central (BC) e em torno dos resultados das medidas fiscais, Haddad disse estar tranquilo de que os fundamentos vão falar mais alto do que a especulação, e o ano terminará com crescimento da economia e da bolsa. Lembrando das projeções de mercado no início do mandato, em 2023, Haddad afirmou que muitas se frustraram pelos bons indicadores do ano.