21/03/2025 - 20:45
O Ministro da Fazenda Fernando Haddad participou nesta sexta-feira, 21, do podcast Inteligência Limitada e afirmou que o projeto de lei que vai isentar de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil vai afetar apenas “a cobertura do condomínio”.
“Várias brechas foram sendo criadas para favorecer não o andar de cima, mas a cobertura do condomínio. É como se quem morasse na cobertura não pagasse o condomínio e os outros moradores pagassem por ele. Por que uma professora de escola pública paga 10% de Imposto de Renda e um super-rico não?”, questionou.
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O ministro também lembrou que a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil foi uma promessa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que não foi cumprida.
A taxação compensatória atingirá os brasileiros que recebem mais de R$ 600 mil por ano e que não contribuem atualmente com alíquota efetiva de até 10% para o Imposto de Renda. A tributação mínima será de 10% somente para renda anual acima de R$ 1,2 milhão. Para quem ganha entre R$ 600 mil e 1,2 milhão, o percentual será crescente (de zero a 10%).
Durante a entrevista, o ministro se mostrou otimista com a aprovação das novas regras pelo Congresso Nacional.
Fake News atrapalham o governo
Durante a entrevista, Haddad lembrou de polêmicas envolvendo o governo nos casos da taxação de compras internacionais, conhecida como “taxa das blusinhas”, e do monitoramento das transferências do PIX acima de R$ 5 mil.
Para ele, as fake news tiveram importância central no impacto negativo na imagem do governo que as duas medidas tiveram.
“Quem começou a taxar as compras internacionais foram os governadores, em 2023, com o ICMS. Mas o varejo nacional pressionou para que fosse aprovada um imposto de importação para compensar o PIS/Confins e isso foi aprovado por unanimidade no Congresso, do PL até o PT. Perguntem para o Nikolas Ferreira (PL-MG) porque ele não se posicionou contra na votação”, lembrou.
Ele admitiu que sugeriu elevar o imposto de importação sobre produtos importados via portaria, sem a necessidade de passar pelo Congresso, mas reforçou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não autorizou a medida.
Não trabalhamos com aumento de impostos
O ministro reiterou que o governo federal não trabalha com nenhuma proposta que eleve o aumento da carga tributária no Brasil.
“Não estamos trabalhando com aumento de carga tributária, em nenhum momento você me ouviu falar de aumento de carga tributária, criação de novo imposto, aumento de alíquotas”, disse em entrevista ao podcast.
*Com informações do Estadão Conteúdo