17/10/2024 - 16:25
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viajará a Washington D.C. (EUA) na próxima semana para participar das ‘Annual Meetings’ do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial e também do último encontro ministerial da trilha financeira do G20, que é presidida por Haddad neste ano. No contexto de despedida do posto, a Fazenda espera que a agenda internacional seja marcada por avanços importantes na temática dos bancos multilaterais, além de prever um anúncio na área de financiamento climático. A programação ainda tem uma reunião com a Fitch Ratings.
A reforma dos organismos financeiros multilaterais é um dos temas que norteia a presidência brasileira no G20. O tópico será tratado no discurso de Haddad que abre o jantar oficial do grupo das vinte maiores economias do globo, previsto para quarta-feira, 23, às 18h30.
A programação em Washington, contudo, começa um dia antes, na terça-feira, 22, às 15h, quando o ministro tem uma reunião bilateral com o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga. Logo em seguida, às 17h, acontecerá o encontro com a Fitch, dando continuidade a reuniões com agências de classificação de risco que já aconteceram durante a recente viagem de Haddad a Nova York.
Em entrevista recente ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o diretor sênior de Soberanos da agência, Todd Martinez, avaliou que o Brasil não tem condições de avançar mais uma casa, rumo ao grau de investimento, perdido em 2015. Antes disso, precisa apresentar uma consolidação fiscal efetiva, ou seja, colocar as contas no azul em um nível que permita uma estabilização e a queda da dívida pública.
Para abrir a quarta-feira, às 9h, Haddad participará do Lançamento da Plataforma Brasil de Investimento Climático e para a Transformação Ecológica, no Park Hyatt Washington D.C. A iniciativa interministerial, liderada pela Fazenda e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), visa melhorar e tornar mais eficientes os investimentos internacionais do Brasil na área de economia verde. O evento será público e deve contar com a presença de diversas autoridades que ainda serão confirmadas. A expectativa na pasta é de que o evento tenha uma “boa repercussão” para a economia brasileira.
A agenda seguinte já acontece no âmbito das reuniões do FMI e do Banco Mundial. Às 11h30, como presidente da trilha financeira do G20, Haddad preside a mesa redonda da Dívida Global Soberana, reunião organizada tradicionalmente pelo FMI.
Em seguida, a partir de 15h30, o ministro participa de ‘Constituency’ do Banco Mundial (15h30) e do FMI (17h). São encontros na companhia dos diretores-executivos que representam o Brasil nesses organismos, sendo o primeiro encontro de Haddad neste âmbito com o economista André Roncalli, que foi escolhido em agosto para representar o País e mais dez nações no conselho executivo do FMI. A programação de quarta se encerra com o jantar oficial do G20.
No último dia em Washington, na quinta-feira, 24, Haddad participa, às 9h45, da reunião ministerial do G20, seguida por uma coletiva de imprensa marcada para às 13h. O encontro ministerial terá como um dos temas principais o balanço dos 25 anos da trilha financeira do G20 e o debate sobre seu futuro. A Fazenda vê a reunião como uma boa forma de concluir a presidência do grupo com um debate mais reflexivo entre os ministros de finanças.
Depois da coletiva de imprensa, às 14h, Haddad participa do evento da Força-Tarefa de Mobilização Global contra as Mudanças Climáticas (TF-CLIMA), iniciativa que também envolve o Ministério das Relações Exteriores e Ministério do Meio Ambiente. Por fim, às 17h15, o ministro irá ao IMFC Restricted Early Warning Exercise, reunião restrita em que o FMI deve apresentar possíveis cenários econômicos aos ministros.
Há possibilidade de Haddad encaixar mais reuniões bilaterais durante a semana e se encontrar, por exemplo, com o novo ministro da Economia da França, Antoine Armand. Mas a confirmação ainda depende da disponibilidade de horário das autoridades.
De acordo com integrantes da Fazenda, na viagem, os encontros relacionados ao G20 ficarão mais focados nas áreas de financiamento climático e relativas aos bancos multilaterais, uma vez que o tema da taxação já foi tratado na declaração dos ministros de finanças durante o encontro realizado no Rio de Janeiro em julho.