O prefeito Fernando Haddad (PT) enviou à Câmara Municipal nova versão  do projeto de lei que regulariza o transporte individual de passageiros  na capital por meio de aplicativos como a Uber. No texto, o governo  reduz a margem de lucro da empresa, que terá de baixar de 25% para 15% o  porcentual cobrado sobre o valor das corridas. A taxa é considerada  abusivo pelos condutores.

De acordo com o substitutivo, a  chamada “taxa de intermediação” cobrada pela gigante americana não  poderá representar mais de 15% do valor da viagem, já incluindo nessa  conta os gastos com a compra de créditos para uso do viário urbano.

A  mudança atende as reivindicações dos motoristas da Uber, que reclamam  dos valores cobrados pela empresa. Hoje, seriam cerca de 6 mil em São  Paulo que, no ano passado, viram seu lucro cair 10% quando a empresa  aumentou de 15% para 25% o preço cobrado sobre toda corrida feita por  meio do aplicativo.

Mas, se a regra é boa para os  motoristas da Uber, é ruim para os taxistas, já que o serviço prestado  pela empresa pode se tornar mais atrativo tanto para clientes como para  condutores. A categoria protesta em frente à Câmara Municipal, no  centro, na tarde desta quarta-feira, 27, contra a aprovação da proposta  pelos vereadores.

Desenvolvida pelo vereador José Police  Neto (PSD), em parceria com a gestão Haddad – que apoia a defende a  regularização -, a proposta prevê que empresas como a Uber e a Will Go  (startup indiana que oferece o mesmo serviço e já chegou na cidade)  sejam obrigadas a comprar créditos da Prefeitura para poder rodar pela  cidade.

Segundo o Município, o modelo proporcionará um  melhor controle do viário urbano, já que o valor dos créditos vai variar  de acordo com o horário e o percurso da viagem, além da quantidade de  passageiros no carro. Se a corrida for feita em horário de pico e no  centro expandido, por exemplo, o preço ficará mais caro. Já se for na  periferia, sairá mais em conta.

Multa

A  última versão do projeto também altera o parágrafo que define qual o  valor da multa a ser cobrada pela Prefeitura de motoristas que  permanecerem fora da lei. A proposta original previa multa mínima de R$  50 mil, valor que agora passou para R$ 2,5 mil. A sanção para a empresa  que funcionar clandestinamente é 1% do faturamento dos últimos 12 meses.