O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reclamou nesta sexta-feira, 7, do vazamento de “informações falsas” após uma reunião com representantes do mercado financeiro. Ele garantiu que, no encontro, havia dito que está disposto a contingenciar gastos. A informação divulgada, segundo o ministro, foi que os limites do arcabouço fiscal podem ser mudados.

“Não teve nada no sentido de que o arcabouço poderia ser mudado, foi exatamente o contrário do que eu falei”, disse Haddad na sede da pasta em São Paulo, na Avenida Paulista. “Eu falei que, sim, se algumas despesas crescessem além do previsto, poderia haver um contingenciamento de gasto, que é absolutamente normal e aderente ao que prevê o arcabouço fiscal.”

Haddad afirmou que, se o crescimento real da despesa obrigatória superar 2,5% da alta da receita – o limite do arcabouço fiscal -, será necessário contingenciar gastos.

O ministro conversou com jornalistas em um horário não combinado. Ele afirmou ter sido indagado mais cedo sobre a possibilidade de contingenciar despesas e garantiu que a resposta foi positiva. E reclamou da “interpretação” da sua fala, que, segundo ele, teria levado a uma piora dos mercados no período da tarde.

“O que eu disse, e foi uma combinação feita, foi por favor, não interpretem, não coloquem na minha boca uma interpretação sobre o que eu falei. Se, porventura, houver alguma dúvida, faça a pergunta que eu respondo”, disse Haddad. “O que eu pedi é para não interpretarem o que eu falei, o que foi feito indevidamente.”

O ministro se reuniu com uma série de membros do mercado financeiro no período da tarde, incluindo o CEO do Santander Brasil, Mario Leão. Representantes de outras 14 instituições financeiras, entre bancos e gestoras, também estavam presentes.

O ministro aproveitou para reforçar que não há problemas entre o arcabouço fiscal e o contingenciamento de gastos. E relatou que, quando questionado durante a reunião sobre a Previdência, respondeu que as receitas dessa fonte têm vindo maiores do que o esperado.