O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, repetiu nesta sexta-feira, 11, que não há como analisar o impacto das tarifas sobre importações anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, até que elas estejam “estabilizadas.” Em entrevista à BandNews FM e à BandNews TV, ele afirmou que o choque anunciado pelas autoridades norte-americanas foi muito radical, e ainda não parece ter terminado.

Haddad ponderou que o Brasil tem uma “posição privilegiada” no quadro internacional, porque tem aumentado suas exportações para EUA, União Europeia (UE) e China.

Os acordos comerciais com China e Sudeste Asiático, ele disse, também reforçam a importância global do País.

O ministro avaliou, ainda, que o acordo de livre comércio entre Mercosul e UE deve ser acelerado por causa dos anúncios. “E os Estados Unidos são superavitários em relação ao Brasil”, destacou. “Ou seja, é de pouca serventia para os Estados Unidos retaliar o Brasil, porque o Brasil compra mais do que vende para os Estados Unidos, embora seja um parceiro muito relevante, que tem vultosos investimentos aqui no Brasil, tem uma tradição de investir no Brasil.”

Ele argumentou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, adotou a “posição mais sóbria possível” em relação às tarifas, e destacou que o Congresso aprovou a lei da reciprocidade muito rapidamente, para “sinalizar para os Estados Unidos que nós não podemos ser tratados como parceiro de segunda classe”.

Haddad ainda disse que Trump se rendeu à pressão de empresários norte-americanos para criar as tarifas, e classificou a postura do presidente americano como um “cavalo de pau em um transatlântico”. A China é o alvo preferencial das medidas, ele disse, mas o restante do mundo vai sofrer os efeitos.