21/10/2025 - 10:22
O ministro do Fazenda, Fernando Haddad, disse que até o início da tarde desta terça-feira (21) o governo deve ter uma definição sobre o encaminhamento do Orçamento de 2026, após ter solicitado na véspera o adiamento da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano na Comissão Mista de Orçamento.
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Em conversa com jornalistas na chegada ao ministério nesta manhã, Haddad disse que representantes da Casa Civil e da Fazenda estão reunidos para “processarmos o que foi discutido com os líderes” do Congresso na segunda-feira (20), após a perda da validade da Medida Provisória 1303, que previa novas taxações a aplicações financeiras e bets, além de medidas de cortes de despesas.
Cálculos da Fazenda apontam que a MP teria impacto fiscal de R$14,8 bilhões em 2025 e de R$36,2 bilhões em 2026, e o governo busca agora formas de recompor essas perdas.
“Essas leis todas têm que estar harmonizadas, quanto vai ser de receita, de despesa, a LDO e o Orçamento, no fundo é uma coisa só, essas coisas precisam dialogar uma com a outra, senão teremos problemas de execução orçamentária”, disse Haddad.
“Tudo que nós não queremos é chegar ano que vem com problema de emenda, de interrupção de obra. Não tivemos nada disso durante três anos, porque nós vamos, em função do calendário eleitoral, trazer problemas para o país?”
Questionado sobre críticas do presidente da CMO, senador Efraim Filho (União-PB), à dificuldade do governo em cortar gastos, Haddad afirmou que o União Brasil é o partido que “menos vota” propostas de redução de despesas. Ele citou como exemplos propostas de alteração na aposentadoria dos militares, restrições a supersalários e a indexação do fundo do governo do Distrito Federal.
“Não estou querendo apontar o dedo para ninguém, mas as pessoas precisam reconhecer que nós mandamos para lá cortes de gastos, eles não votam”.