30/06/2025 - 15:57
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 30, que o governo continuará buscando implementar ações que promovam justiça social, ao citar iniciativas tributárias, argumentando que o Executivo não vai se intimidar por pressões contrárias.
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Em evento de lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar, Haddad fez críticas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que o governo trabalha para fechar brechas na legislação que fazem com que os mais ricos não paguem impostos.
O Congresso Nacional impôs uma derrota ao governo neste mês ao derrubar uma medida que aumentava alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, outras ações tributárias presentes em uma medida provisória também têm sofrido resistências políticas e de setores da economia.
Após afirmar que a gestão Bolsonaro não corrigiu a tabela do Imposto de Renda, o ministro defendeu a aprovação da reforma proposta pelo atual governo, que concede isenção para pessoas com remuneração de até R$5 mil por mês, iniciativa a ser compensada por uma taxação mínima de até 10% sobre pessoas com rendimento mais alto.
Haddad argumentou que, após a reforma, pessoas de alta renda terão alíquotas que não são consideradas elevadas, sendo similares às pagas atualmente por professores e bombeiros. Ele apontou não ver razão para “essa grita toda”.
“Nós vamos continuar fazendo justiça social, pode gritar, pode falar. Vai chegar um momento de debater, mas nós temos que fazer justiça no Brasil, nós não podemos nos intimidar”, disse.
A disputa de Haddad pelo orçamento
Fernando Haddad afirmou na tarde de sexta-feira, 27, que o presidente Lula consultou a Advocacia Geral da União (AGU) para saber se a decisão do Congresso Nacional de derrubar o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) fere ou não a autonomia dos três poderes.
“O presidente consultou o Advogado Geral da União (AGU) para saber se essa decisão usurpa uma prerrogativa do executivo. Se sim, nós vamos recorrer, assim como o legislativo também recorre”, afirmou em entrevista ao Estúdio I, da Globo News.
Nesta segunda-feira, 30, o presidente da Câmara, Hugo Motta, foi às redes sociais para criticar o que chamou de “polarização social”. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento. O presidente de qualquer Poder não pode servir a um partido, ele tem que servir ao seu País”, declarou.
O deputado afirmou ainda ser verdadeira a impressão de que atua como “morde e assopra” na Câmara. “Se uma ideia for ruim para o Brasil, eu vou morder. Mas se essa ideia for boa, eu vou assoprar, para que ela possa se espalhar por todo o País. Ser de centro não é ter ausência de posição. É ter ausência de preconceito”, disse.