A candidata democrata à vice-presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, declarou neste sábado (5) que, caso uma vacina contra a covid-19 esteja disponível antes das eleições de novembro, não confiaria na opinião do presidente Donald Trump sobre sua eficácia.

Trump sofre intensa pressão para frear a propagação do vírus, que prejudica suas perspectivas de ser reeleito, o que gerou preocupações de que sua administração poderia pressionar os testes clínicos para que uma vacina estivesse à disposição da população antes das eleições.

“Eu não confiaria em Donald Trump e seria necessário uma fonte crível de informação para falar sobre a eficácia e confiabilidade de uma vacina”, afirmou Harris à CNN. “Não confiarei em sua palavra”.

Uma vacina contra o vírus, que já provocou a morte de mais de 188.000 pessoas nos Estados Unidos e abala a maior economia do mundo, se tornou outro ponto de discórdia antes da eleição de 3 de novembro.

Nesta semana, a imprensa publicou que os Centros para o Controle Prevenção de Doenças dos Estados Unidos pediram aos estados para que agilizem trâmites burocráticos, no intuito de preparar as rede de centros de distribuição da vacina até “1º de novembro de 2020”.

O órgão de controle de Drogas e Alimentos (FDA) também cogitou a possibilidade de dar uma autorização emergencial a uma vacina antes do fim dos testes clínicos.

Trump manifestou uma postura similar diante de seus partidários na semana passada, durante a Convenção Nacional Republicana, dizendo que os Estados Unidos “produzirão uma vacina antes do fim do ano, ou talvez até antes”.

Contudo, Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas do país, declarou na quinta-feira que os resultados iniciais dos testes clínicos da vacina poderiam ser publicados em “novembro ou dezembro”.

Fauci declarou à CNN que acreditar que os resultados dos testes clínicos possam ser publicados em outubro, antes das eleições, é “pouco provável, não impossível”.

A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, negou qualquer pressão para a distribuição da vacina antes das eleições.

“Ninguém está pressionando a FDA para que faça algo”, declarou na quinta-feira. “A prioridade aqui é salvar vidas”.