O grupo libanês Hezbollah quer respeitar a trégua nas hostilidades com Israel, estabelecida pela ONU após uma guerra devastadora travada em 2006, mas responderá “adequadamente” aos ataques de Israel, segundo declarou o líder do movimento xiita Hassan Nasrallah.

“Para que ninguém se preocupe, tenha medo ou se questione (…) o Líbano respeita a 1701 (resolução da ONU sobre a cessação das hostilidades) e o Hezbollah faz parte do governo libanês”, assegurou Nasrallah.

“Mas será diferente se Israel atacar o Líbano, bombardear (…) ou enviar drones explosivos”, alertou em discurso transmitido em telões gigantes a milhares de apoiadores reunidos no sul de Beirute, por ocasião da comemoração religiosa xiita do Ashura.

O líder do movimento xiita assegurou que está disposto a responder “adequadamente” e “sob qualquer forma”, no caso de um ataque israelense contra o Líbano.

Na segunda-feira, o grupo anunciou que derrubou um drone israelense que penetrou no espaço aéreo libanês.

A escalada da violência nas últimas semanas entre o Hezbollah e seus aliados e Israel começou quando dois membros do Hezbollah morreram em um bombardeio israelense em 24 de agosto.

Um dia depois, houve um ataque com drones na periferia sul de Beirute, reduto do Hezbollah, atribuído a Israel, e o movimento xiita ameaçou abater todos os drones israelenses que penetrassem em território libanês.

Posteriormente, em 1º de setembro, houve uma troca de tiros entre o Hezbollah e Israel na fronteira.

Importante ator da vida política libanesa, o Hezbollah é considerado um grupo “terrorista” por Israel e pelos Estados Unidos. Militarmente, é aliado de Teerã e do regime de Damasco no conflito na Síria, onde suas posições são frequentemente alvos de ataques israelenses.

“Rejeitamos qualquer projeto de guerra contra a República Islâmica do Irã, porque essa guerra irá inflamar a região e destruir países e povos”, disse Nasrallah nesta terça.

Israel e o Hezbollah se enfrentaram pela última vez em 2006, em uma guerra que devastou o Líbano e deixou mais de 1.200 mortos do lado libanês, principalmente civis, e 160 em Israel, principalmente militares.