Hillary Clinton vai visitar na próxima semana o Egito e a Tunísia pela primeira vez desde o início das revoltas árabes e, depois, vai se encontrar com membros da oposição líbia, anunciou nesta quinta-feira a secretária de Estado americana.

“Na próxima semana, irei ao Cairo e a Túnis para falar diretamente” com egípcios e tunisianos, e “me encontrar com seus dirigentes de transição”, disse Clinton a membros do Congresso americano.

A chefe da diplomacia americana expressou sua vontade de “levar todo o apoio” da América a esses países, e seu desejo de ser “parceira” da transição em curso.

Ela mencionou “um compromisso muito importante” em ajudar economicamente à Tunísia e relembrou que os Estados Unidos já haviam destinado 150 milhões de dólares o Egito.

“É de extrema importância para nós garantir que o Egito e a Tunísia sejam modelos do tipo de democracia que nós desejamos ver”, argumentou na Câmara de Representantes, onde ela também defendeu o orçamento de seu ministério.

Reiterando o pedido americano de que o coronel Kadhafi deixe o poder em Trípoli “sem demora ou mais violências”, ela anunciou uma ampliação dos esforços da administração para entrar em contato com os rebeldes líbios.

“Nós estamos entrando em contato com a oposição no interior e no exterior da Líbia. Vou me encontrar com alguns membros da oposição nos Estados Unidos e durante a viagem da semana que vem, com o objetivo de discutir o que os Estados Unidos e outros podem fazer”, acrescentou.

Diplomatas americanos, incluindo Gene Cretz, embaixador americano na Líbia, já se reuniram no Cairo com membros do Conselho Nacional de Transição (CNT).

Outras entrevistas ocorreram, mas Washington está sendo deliberadamente discreto em relação à identidade das pessoas contatadas, para não dar a impressão que os Estados Unidos estão escolhendo seus interlocutores.

Os EUA continuam considerando a oposição líbia como um conjunto a caminho de uma formação, e não um bloco.

Os ocidentais fizeram nesta quinta-feira um inventário dos recursos, incluindo os militares, que poderiam colocar um fim à crise na Líbia. Mas duas reuniões, de ministros da Defesa da Otan e de ministros das Relações Exteriores da UE, não foram suficientes para que se chegasse a um consenso.

Na Líbia, as forças leais a Muamar Kadhafi ganham terreno em suas empreitadas em direção ao leste do país, região sob o controle dos rebeldes.

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